A Gênese: os sinais dos tempos há 140 anos
Ney Prieto Peres (fundador e diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, diretor de Pesquisa da Associação Médico-Espírita do Estado de São Paulo e fundador e co-diretor de Investigação do Instituto Nacional de Pesquisa e Terapia Vivencial Peres (Folha Espírita, dezembro de 2008)
A Gênese completou 140 anos. Publicada 11 anos depois de O Livro dos Espíritos, constituiu-se em mais um passo adiante no estudo das conseqüências e aplicações do Espiritismo.
Na afirmação da existência de dois elementos a regerem o universo: o elemento espiritual e o elemento material, demonstrada a existência da natureza espiritual por um acervo de incontáveis evidências, nos dias transcorridos neste quase século e meio, vêm aumentando progressivamente a consciência coletiva planetária da nossa essência imortal a evoluir por toda a eternidade em percurso.
Como decorrência, o livro homenageado, buscando as origens e a formação dos seres, como o seu próprio significado etimológico, trata da causa primeira de todas as coisas, do Autor dessa incomensurável obra cósmica em constante processo de elaboração, à qual estamos interligados ocupando o papel de co-criadores, interagindo em todos os indefinidos níveis de percepção: das conexões quânticas aos campos gravitacionais interplanetários, e, ainda mais, além do espaço–tempo na fusão das galáxias pelas relações da energia básica emanada do Criador incriado (Wolf, Fred A., Toben, Bob – Espaço – Tempo e Além, A Estrutura da Energia – Ed. Cultrix, S. Paulo, 1982).
Tão íntima é a nossa co-existência com o Todo, como nos encanta o iluminado poeta místico inglês Francis Thompson ao dizer: “Por um poder imortal oculto estamos todos tão estreitamente interligados que não podemos tocar numa flor sem sensibilizar uma estrela.”
A citação de Quinemant, espírito, em 1867, na Sociedade de Paris, é prenunciadora de um advento a confirmar-se: “Pode-se disso deduzir, igualmente, a solidariedade da matéria e da inteligência, a solidariedade de todos os seres, de um mundo, entre si, a de todos os mundos, enfim, a das criações e do Criador.” (Kardec, Allan – A Gênese, Cap. II Deus, item 27, Ed. IDE, Araras, 1992).
A idéia de um Universo solidário e na solidariedade de todos os seres abre e projeta a nossa consciência a um amplo e futuro relacionamento, sem fronteiras ou condicionamentos, só é entendido pelo comportamento de Jesus no trato com as criaturas.
A progressiva compreensão que o mestre Kardec foi adquirindo no intercâmbio com o Mundo Espiritual, em apenas dez anos após concluir O Livro dos Espíritos, amadurecido nas suas próprias idéias, levou-o à construção de A Gênese, com a propriedade de um gênio, tão elaborada e desafiadora que o confronto com os avanços do conhecimento, em todas as áreas da modernidade, é trabalho a ser realizado por muitas gerações à nossa frente.
As áreas de interseção com a obra A Gênese do Pentateuco doutrinário espírita, entre outras, vão da Física Quântica, Astrofísica, Geologia, Ecologia, à Psicologia Transpessoal, Psiconeuroimunologia, Medicina, Neurociências, incluindo a Parapsicologia, a Memória Extracerebral e a Palingenesia.
As explicações precisas e enriquecedoras, claras a quaisquer teólogos, e a todos nós, menos preparados, sobre as abordagens relativas aos Milagres, que em realidade são processos ainda desconhecidos da limitada compreensão humana, ocorridos num arcabouço de leis naturais, justas e infalíveis, como igualmente as Predições, entendidas como conseqüências das leis de causa e efeito, colheitas obrigatórias das nossas semeaduras, percebidas, em estados de consciência ampliada, por criaturas sensíveis, ao registrarem, plasmadas em níveis astrais, as condensações das nossas próprias construções mentais, sinalizadas em cataclismos planetários, na antiguidade e em nossos dias, perfeitamente compreensíveis por um simples exame de consciência da nossa realidade atual, individual e coletiva.
Mas, queridos irmãos, neste imenso Universo, criado por uma Suprema Inteligência que tudo arquitetou para a felicidade nossa, em regime de paz e entendimento, neste planeta, os tempos são chegados, previstos pelo nosso Kardec, à luz dos Espíritos Bons, (A Gênese – Cap. XVIII), como adiante literalmente enunciado:
“Quando vos é dito que a Humanidade chegou a um período de transformação, e que a Terra deve se elevar na hierarquia dos mundos, não vejais nessas palavras nada de místico, mas, ao contrário, o cumprimento de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais toda a má vontade humana se quebra.” (A Gênese, Cap. XVIII, item 8, Arago)
“17 - A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social...”
“19 - Só o progresso moral pode assegurar a felicidade dos homens sobre a Terra, pondo um freio às más paixões: só ele pode fazer reinar, entre eles, a concórdia, a paz, a fraternidade.”
“32 - As grandes partidas coletivas não têm somente por objetivo ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o espírito da massa desembaraçando-a das más influências e dando mais ascendência às idéias novas.”
Em A Gênese são confirmadas hoje as instruções daquela época, quando nem imaginávamos o que viria a acontecer.
E esse processo já se vem realizando há 140 anos...
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