sexta-feira, 28 de maio de 2010

Amizade é o amor sublimado


  Nascer e morrer são duas situações que deveriam ser encaradas pelos encarnados como uma coisa normal. A pessoa, para nascer, recebe ajuda de pessoas especializadas e. na minha época. em vida, de parteiras prestimosas. era o chegar ria vida. Ali era cortado o cordão umbilical, a criança respirava pelos seus pulmõezinhos e começava mais unia etapa reencarnatória, mais experiências, mais vivências, o resgatar de débitos, o assimilar de conhecimentos e a vida era recebida, na sua grande maioria. com manifestações de alegria. Era um bebê que chegava, era uma vida nova.
  Quando a pessoa desencarna, ela tem os mesmos preparativos de quando ela nasce, ela parte para o inundo espiritual . Assim como existe para os que nascem o cordão umbilical, existe no plano espiritual o cordão fluídico, seja qual for a forma pela qual a pessoa desencarnou, com exceção de mortes violentas ou suicídio que quando .não está tempo previsto, o cordão fluídico rompe se com violência existem os mesmos aparatos, cortar o cordão fluídico, a importância desse seccionar o cordão fluídico paia que o espírito permaneça num mundo espiritual sem aquela força vital que pode lhe trazer alguns distúrbios. É a mesma técnica para se nascer, porque se você não cortar bem o cordão umbilical, ou deixá lo sem cortar, a criança pode se esvair em sangue. Então, a vida material depende desse cortar do cordão, como a vida espiritual, no seu equilíbrio, depende desse cortar do cordão fluídico.
  Mas o ser humano encara a vida como promessa e o desencarne como uma fatalidade. O desencarne material programado. aquele desencarne que é o cessar da prova, é visto no plano espiritual com muita alegria por aqueles que se encontram, no além. P com muita tristeza quando alguém parte por acidente, por invigilância ou por suicídio porque sabemos que aí a criatura vai esvaindo o seu fluido vital em grande sofrimento, não terá toda aquela ;reparação para se esgotar o fluido vital e ajuda: esta pessoa. então ela ficará colocada à própria sorte, porque se rebelou contra os desígnios divinos, se rebelou contra a dor que ela mesma programou para si.
  Porque, se nós sofremos, se nós choramos, se passamos por testes difíceis, se o desespero nos bate à porta da alma, tudo isso foi conquistado pela nossa vontade, com nossos esforços, com as nossas opções de ida. em decorrência das nossas decisões tomadas em vidas pretéritas.
  Existem aquelas vidas em que, na própria carne, a pessoa já vai complicando o seu quadro cármico, com atitudes, com viciações, com imprevidência, com leviandade, com desonestidade, com indignidade, tudo isso são agravantes sérios para a criatura que já traz uma programação reencarnatória, dificuldades para serem superadas e tudo isso representará também agravantes seríssimos no plano espiritual para a pessoa que veio resgatar o que leva na sua bagagem, mais algumas contas para saldar. No geral do saldo ainda fica o devedor.
  Sabemos o quanto é difícil enfrentar o mundo com as suas lutas, tomar as decisões certas, nos momentos mais imprevistos. Nós estamos juntos a todos vocês, sentimos a dor de todos vocês. compartilhamos desta dor e procuramos minorá las tanto quanto possível, mas respeitando sempre o canoa de cada urre, porque se nós não respeitarmos esse traçado cármico, nós estaremos impedindo as pessoas que amamos de crescer.
  Uma criança aprende a escrever com sua própria mão, ela não aprende a escrever com a mão da mãe ou a do pai. A mãe que faz os exercícios do filho não está ajudando o seu filho, ela tem que ajudar o filho a superar as suas dificuldades, ensiná lo. estar presente, ter aquela voz mansa, não aquela voz traumática e agressiva, não a voz punitiva, mas a voz apoio, para que o filho aprenda. sem traumas, adquira conhecimentos de forma agradável. Mas a criança tem que fazer por ela, tem que amealhar conhecimentos. tem que incorporar em seu cérebro as informações que obtém no curse que está realizando, e, no curso da vida, as experiências naturais de todo espírito em desenvolvimento.
  Por isto, fazer grandes dramas diante da morte só complica o quadro cármico daqueles que estão na terra e daqueles que partiram, porque a saudade desequilibrada, o amor desajustado, provoca sofrimentos enormes, mesmo para aqueles que já estão en5 colônias, já estão em hospitais e enfermarias. Eles passara por convulsões, espasmos violentíssimos, passam horas, dias era inconsciência, só recebendo aquelas emanações envenenadas da terra.
  Por isso, em relação àqueles que partiram de uma forma violenta, desajustada ou suicídio, não .se deve pensar nas imagens negativas que eles deixaram. Deve se pensar nos instantes em que eles foram felizes, deve se pensar em momentos jubilosos. não nos instantes dolorosos, para que eles tenham força e se alimentem dessas energias lenitivas que são emitidas pelo pensamento.
  Abençoado aquele que sabe orar pelos que partiram, porque nós sabemos a terapia de apoio que representa. mesmo para os que estão muito desajustados no plano espiritual. Às vezes nos encontramos com eles nos corredores, radiosos, felizes e perguntamos
  Porque você está tão feliz ?
  Recebi hoje uma prece de uma pessoa amiga. E essa notícia me foi muito prazerosa.
  Ou então, quando alguém está dando uma aula, fazendo urra palestra ou recebendo uma terapia e chega aquela vibração boa, aí é projetado nos telões de prece que nós chamarmos de telas de prece em que é projetado o rosto da pessoa ali. Muitas vezes eles choram.
  Porque que esta pessoa que eu não conheço está orando por mim ? Porque não estão orando por mim meus parentes. meus filhos, meus amigos?
  Naquele instante ele percebe, o ser que está recebendo a prece, que realmente a amizade não está ligada aos elos biológicos, amizade é o amor sublimado, na sua mais alta essência divina. Amizade é o sentimento mais puro que envolve a terra. Amor e paixão passam em várias experiência reencarnatórias, mas, a amizade são os companheiros de sempre, nas alegrias de sempre.


Autor: Bezerra de Menezes

Psicografia de Shyrlene Soares Campos

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sintonia

“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto”. (Mateus, 7:7)

 

 

    Todas as coisas que existem no Universo vivem em regime de afinidade. Desde o átomo até os arcanjos tudo é atração e sintonia. Nada que te alcança a existência é ocasional ou fruto de uma reação sem nexo.
Teu livre-arbítrio indica com precisão a posição que ocupas no Cosmo, uma vez que cada indivíduo deve a si mesmo a conjuntura favorável ou adversa em que se situa no momento atual.
Vieste da inconsciência – simples e ignorante – e, pela lei da evolução, caminhas para a consciência escolhendo a estrada a ser percorrida.
  •  Encontrarás o que buscas.
  • Tens a posse daquilo que deste
  • Convives com quem sintonizas
  • Conhecerás o que aprendeste, mas somente incorporarás na memória o que vivenciaste.
  • Avanças ou retrocedes de acordo com a tua casa mental.
  • Felicidade e infelicidade são subprodutos de teu estado íntimo.
  • Amigos são escolhas de muito tempo.
  • Teu círculo doméstico é a materialização de teus anseios e de tuas necessidades de aprendizagem.
  • Pelo teu jeito de ser, conquistarás admiração ou desconsideração.
  • O que fizeres contigo hoje refletirá no teu amanhã, visto que o teu ontem decidiu o teu hoje.

  Com teus pensamentos, atrais , absorves, impulsionas ou rechaças. Com tua vontade, conferes orientação e rumo, apontando para as mais variadas direções. Disse Jesus: Pedi e vos será dado: buscai e achareis; batei e vos será aberto.

  Sintonia é a base da existência de toda alma imortal. Seja na vida física seja na vida astral, a lei da afinidade é princípio divino regendo a ti, a todos os outros e a tudo.

Observa; viver no drama ou na realidade, na aflição ou na serenidade, na sombra ou na luz, é postura que está estritamente relacionada com teu modo de sentir, pensar e agir.

 
Francisco do Espírito Santo Neto pelo Espírito Hammed

 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TENS MEDIUNIDADE?



O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente nesse sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.
“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. XXIV, item 12)
Reconhecendo que os canais que permitem o aparecimento da mediunidade, são daqueles que já vêm estabelecidos desde os acertos e assunção de compromissos no mundo espírita, não poderemos menosprezar os níveis de responsabilidade de cada medianeiro renascido na Terra.
Nenhuma criatura se apresenta no mundo portando a faculdade do intercâmbio com o Invisível por mero acaso. Os fundamentos são de alta relevância para o portador, com vistas ao esquema de redenção gradativa que deve levar a cabo.
Entendendo que as percepções do Além, por parte do indivíduo correspondem ao cômputo do sublime amor de Deus, amor misericórdia, a faculdade mediúnica necessita cercar-se com seriedade, com vigilância, com espírito de serviço, de modo a que seja convertida em excelente via de acesso às luzes da alma.
Nenhum ganho material, ascensão profissional ou recompensas sociais devem ser visados com a utilização da mediunidade.
Nenhuma inarmonia, nenhuma violência, nenhuma opressão devem-se apoiar na mediunidade.
Sob a claridade que vem do Senhor e Guia da Humanidade, que cada medianeiro se compenetre das incontáveis bênçãos que ela representa para todos, quando bem manejada, mas, do mesmo modo, não se poderá olvidar o médium das responsabilidades gerais pelas quais terá que responder.
Sentes a influência dos invisíveis de modo ostensivo? Tens mediunidade? Se és dela portador, começa por buscar um núcleo de estudos da Doutrina Espírita, onde a disciplina e o trabalho no bem se façam normas de conduta, e engaja-te nesses esforços por fazer brilhar a tua própria luz, por meio da ação disposta e bem-aventurada, tornando-te instrumento do Cristo no atendimento aos dramas e às necessidades do mundo, onde ainda a dor, a desolação e a imensa ignorância imperam.
Se és médium, procura filtrar mensagens felizes, sob as formidáveis aspirações dos Prepostos de Jesus Cristo, para que sejas venturoso e promovas alegrias com as tuas possibilidades psíquicas.
Guarda, então, a certeza de que laborando na mediunidade com respeito, disciplina e decisão, os teus dias terrenos serão gloriosos e gloriosa será também a tua volta ao Lar da Imensidão.
(De “Revelações da Luz”, de J. Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo)

Paz e Luz

Materia e Espirito

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PACIÊNCIA E VIDA

Tudo é obra de paciência, nos domínios da Natureza.
A água de que te serves atravessou numerosos obstáculos até que borbulhasse na fonte.
O fruto que saboreias é obra-prima da vida, associada à abnegação do pomicultor que lhe seguiu, dia-a-dia, o desenvolvimento e a maturação.
Quanto tempo haverá despendido a Criação na estrutura do solo em que se te situa a existência?
Quantos dias foram gastos pela natureza, a fim de que usufruas o corpo em que habitas?
Em toda parte, se analisas a vida que te cerca, através da luz que a meditação nos acende no íntimo, surpreenderás a paciência agindo e servindo.
Pensa nisso e usa a serenidade construtiva seja onde for.
Se dificuldades te visitam a estrada, procura superá-las sem precipitação.
Se provações te vergastam, continua nas tarefas que o mundo te confiou, lembrando-te de que a paciência age construindo sempre.
Quando as crises da jornada humana te surjam inevitáveis, não recorras à violência ou à rebeldia.
Acalma-te, trabalha e espera, recordando que a paciência no engrandecimento da vida é a força essencial no trabalho de Deus.

De “Neste instante”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel


Paz e Luz

A AMIZADE


A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

(Do livro “Momentos de Esperança”, de Divaldo Pereira Franco – Joanna de Ângelis)



Paz e Luz

domingo, 16 de maio de 2010

A médium do céu

Antes que o Cristo surgisse,tangivelmente,na face planetária,a sua presença gloriosa era anunciada aos homens através da mediunidade sublimada de Maria,a Santíssima.
Vendo,ouvindo e dialogando com o nobre espírito de Gabriel,que dela se acercara,revelou-se a esposa de José,o carpinteiro,um dos primeiros médiuns do cristianismo nascente.
Vidente e audiente,percebeu a chegada do Celeste Emissário e ouviu-lhe a maravilhosa notícia.
“Salve,agraciada,o Senhor é contigo.”
Foram as primeiras palavras captadas pela mediunidade da Rosa Mística de Nazaré.
Maria,com o recato e a simplicidade das almas angelicais,indicativos de sua missão,recebeu as primeiras manifestações da Espiritualidade Transcendente,e “perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria aquela saudação”.
A perturbação de Maria foi momentânea.
Espírito elevadíssimo,soube recompor-se imediatamente,à maneira do medianeiro consciente da própria pequenez e da excelsitude divina,e profere,contrita,submissa a Deus,inigualáveis palavras.
Das mais belas palavras da literatura mundial.
Curva-se,cheia de unção e humildade,ante o Emissário Divino,e de sues lábios imáculos,cândidos,fluem suaves e dulcíssimas palavras.
“Aqui está a serva do Senhor;que se cumpra em mim conforme a tua palavra.”
Maravilhoso contrato efetivou-se,naquele instante sublime,sob a égide e assistência de Celestes Potestades.
As portas de luz do amoroso coração de Maria abriam-se,de par em par,a fim de que por elas transitasse,vindo de Resplandescentes Esferas,o Verbo,que “se fez carne e habitou entre nós”.
A luz do céu descera às sombras do mundo,para anunciar e vivenciar a mais alta expressão de amor.

Nascera Jesus.


(Extraído do livro “Mediunidade e evolução”,de Martins Peralva.)

sábado, 15 de maio de 2010

ESTRESSE E ESPIRITUALIDADE - Por Marlene Rossi Severino Nobre

Para o grande público, estresse é uma situação psicologicamente agressiva que repercute no corpo. Este, porém, é apenas um dos aspectos do estresse, a sua versão psicossomática, há outros, porém, a serem considerados. Na verdade, o ser humano vive em estado de estresse permanente, bombardeado por fatores estressantes diversos - físicos, psico-emocionais, e espirituais - que lhe exigem constante adaptação ao mundo que o cerca.
Os fatores estressantes emocionais tanto podem ser tristes, como a morte de um ente querido, o desemprego, quanto felizes, como o sucesso do atleta ou as alegrias do reencontro - todos desencadeiam, do mesmo modo, os mecanismos e as conseqüências do estresse. O mesmo acontece em relação aos abalos nervosos, como no estado de cólera, medo, etc., assim como frente aos fenômenos físicos nocivos -frio, calor, fadiga, agentes tóxicos ou infecciosos, jejum, exercícios físicos exagerados, etc.
Na verdade, o estresse é a resposta não específica que o corpo dá a toda demanda que lhe é feita. Ele corresponde à interação entre uma força e a resistência do organismo a esta força. É o complexo agressão-reação.
Se a agressão é ocasionada por uma grande diversidade de fatores, a reação comporta uma parte idêntica, comum a todos os indivíduos, e uma parte própria de cada um, denominada "coping" ou aspecto específico da reação não específica.
A medicina hoje considera a doença como sendo a resultante da agressão mais a reação não específica, mais reação específica. Isto pode ser resumido em estresse mais coping. Desse modo, considera-se a originalidade própria das reações específicas ao agente estressor, superpostas às reações não específicas do estresse, criando a diversidade dos aspectos clínicos.
Em 1936, Hans Selye, descobridor do estresse, publicou os seus primeiros trabalhos sobre o assunto. Em 1950, descreveu a Síndrome Geral de Adaptação - Reação de Alarme, estágio de Resistência e de Exaustão - com seus aspectos bioquímicos e endócrinos, mostrando qual a reação não específica do organismo às agressões do mundo exterior. Para ele, a intensidade da demanda, a duração e a repetição determinam a resposta. E condiciona o bom ou o mau estresse à eficiência ou não da fase de adaptação. Para Selye, todo indivíduo tem um capital de energia biológica diferente e pode consumir suas reservas conforme tenha maus estresses.
Na reação de alarme, a primeira resposta do organismo ao estresse, entra em ação o sistema hipotálamo-simpático-adrenérgico que prepara o organismo para a luta ou fuga. Entram em jogo a adrenalina e a noradrenalina, com isso, há muita produção de glicogênio, taquicardia, respiração acelerada, concentração do sangue nos vasos principais e nos músculos estriados, inibição dos sistemas digestivo, sexual e imunológico.
Depois disso, outro sistema vai entrar em jogo, o hipotálamo - hipófiso-suprarrenal com produção de ACTH e corticóides.
Esses sistemas entram em funcionamento na fase de reação e o organismo pode sofrer esgotamento ou entrar na fase de exaustão, tendo como resultado final doença e morte. São inúmeras as doenças de adaptação, entre elas, hipertensão, úlcera, hemorróidas, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, diabetes, enxaqueca, etc.
Hoje, como avanço dos estudos, considera-se o sistema limbo-hipotálamo-hipófiso-suprarrenaliano (LHHS). Através do hipotálamo na zona parvocelular mediana do núcleo paraventricular (NPV), são liberados o CRF, o Fator de liberação corticotrófico (Corticotrophin Releasing Factor) e a Argenina Vasopressina (AVP) - que determinam a liberação de ACTH pela hipófise e esta o cortisol pela suprarrenal.
Com vemos, o estresse está ligado ao centro das emoções no hipotálamo, assim é importante o estudo de fatores como o medo, a raiva, etc, nos seus mecanismos e reações. Assim, quando o indivíduo sente raiva, por exemplo, é como se ele estivesse diante de um predador, de um perigo iminente e isto desencadeia a reação.
Como vimos, cada indivíduo tem uma reação específica frente ao estresse. Ele coloca suas estratégias de ajuste cognitivas e comportamentais, o "coping", para fazer face aos agentes estressores.
As pesquisas têm demonstrado que doenças como depressão estão absolutamente ligadas ao estresse. Investigação ampla, realizada em 52 países, da qual participou o dr. Alvaro Avezum, do Brasil, acerca dos fatores de risco da doença cardíaca, demonstrou que os psico-sociais entram em mais de 30% dos casos.
O estresse é o campo da medicina que reunifica corpo e alma. O seu estudo está, portanto, intimamente ligado à espiritualidade.
Segundo as lições espirituais dadas em 1947, no livro No Mundo Maior, o nosso cérebro tem três áreas distintas: a inicial, onde habita o automatismo e que está no plano subconsciente, a do córtex motor que engloba as conquistas do hoje e está na área do consciente e a dos lobos frontais que representam o ideal e a meta superiores e estão vinculados ao superconsciente. Esta classificação encontra respaldo no livro de Paul Maclean, de 1968, The Triune Brain in Evolution, que nos fala acerca dessas três regiões, afirmando que vemos o mundo através de três cérebros distintos.
Aprendemos também com os Instrutores Espirituais que somos seres em evolução. Quanto mais perto nos encontramos da animalidade mais agimos com instintos e sensações. Com o passar do tempo, e a evolução espiritual conseqüente, passamos a ter sentimentos, sendo o amor, o mais sublimado deles.
Se estamos escravizados aos instintos, a maneira pela qual fazemos face aos fatores estressantes é muito primitiva e resulta quase sempre em um mau estresse.
Aprendemos também que é preciso humildade para vencer a animalidade inferior. Infelizmente, porém, em nossas relações em sociedade e no lar estamos muito longe desse sentimento sublime que está intimamente ligado ao amor.
Assim, a fé é importante porque abre as portas do coração para sentir e viver o amor divino em nossas vidas. Através da oração, da meditação, da compreensão do valor da dor, temos a possibilidade de conhecermo-nos a nós mesmos e a reagirmos de forma mais equilibrada às tensões da existência humana. Compreendemos, igualmente, que é preciso treino para o perdão e para eliminação da raiva, da inveja, da mágoa e de outros sentimentos negativos.
A nossa busca da paz para viver no lar, no ambiente de trabalho, dentro da sociedade tem de ser centralizada em Jesus, o Médico da Almas, que afirmou ter a paz verdadeira para nos oferecer. Chico Xavier disse com muita sabedoria: "A paz em nós não resulta de circunstâncias externas e sim da nossa tranqüilidade de consciência no dever cumprido." Para vencer positivamente o estresse é preciso guardar a paz, tê-la como patrimônio. E esta pacificação interior que é responsável pelo sucesso do "Coping", só será uma conquista definitiva quando houver harmonia entre os três cérebros. Para isso, no entanto, é imprescindível não esquecer que é preciso fé em Deus e obediência às Suas Leis.

* Dra. Marlene Nobre é presidente da Associação Médico Espírita do Brasil e Internacional

Eficácia da prece

"Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes." (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.
Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento so bre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
Desta máxima: "Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece", fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.
O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação.
Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, no. 1 e seguintes.)
Tomemos um exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si Por um movimento maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue, caminha e descobre ao longe um regato. Ao divisá-lo, ganha coragem. Se tem fé, exclamará: "Obrigado, meu Deus, pela idéia que me inspiraste e pela força que me deste." Se lhe falta a fé, exclamará: "Que boa idéia tive! Que sorte a minha de tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda; o acaso, às vezes, nos serve admiravelmente! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter deixado abater!"
Mas, dirão, por que o bom Espírito não lhe disse claramente: "Segue este caminho, que encontrarás o de que necessitas"? Por que não se lhe mostrou para o guiar e sustentar no seu desfalecimento? Dessa maneira tê-lo-ia convencido da intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que cada um deve ajudar-se a si mesmo e fazer uso das suas forças. Depois, pela incerteza, Deus põe a prova a confiança que nele deposita a criatura e a submissão desta à sua vontade. Aquele homem estava na situação de uma criança que cai e que, dando com alguém, se põe a gritar e fica à espera de que a venham levantar; se não vê pessoa alguma, faz esforços e se ergue sozinha.
Se o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvera dito: "Sou enviado por Deus para te guiar na tua viagem e te preservar de todo perigo", nenhum mérito teria tido Tobias. Fiando-se no seu companheiro, nem sequer de pensar teria precisado. Essa a razão por que o anjo só se deu a conhecer ao regressarem.


Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A GLÂNDULA PINEAL

Esta palestra é muito interessante e intrigante ao mesmo tempo, vale a pena conferir!!!!

Consequências do Passado



1 - Como podemos compreender os resultados de nossas experiências anteriores?
Para compreender os resultados de nossas experiências anteriores, basta que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.

2 - Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos das existências passadas?
Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantamos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreendê-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.

3 - Qual a lição que as horas nos ensinam?
Meditemos a simples lição das horas.
Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera.
Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.

4 - Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?
No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.

5 - Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?
Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.

6 - Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?
Os grandes delitos operam na alma estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.

7 - O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?
Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatoriais, freqüentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readiquirem o corpo de carne, mas transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.

8 - E os protagonistas de tragédias passionais?
Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos, exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consangüíneos, tolerando-se mutuamente até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atentos ao reequilibro de que se vêem necessitados; ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.

9 - E aos cúmplices de erros e enganos?
As grandes dificuldades não caem exclusivamente sobre os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que se adotaram são impelidos a recebê-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.

10 - O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?
Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente, requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos, na falência a que se arrojou.

11 - Que acontece àqueles que impelem o próximo à falência moral?
Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestemos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que enredamos, ao precipitá-los aos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos.
Nas mesmas circunstâncias, carreamos em nós, enraizados nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.

12 - E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da idéia?
Quando desencarnados, não fugimos as leis de causa e efeito.
Se malbaratamos os tesouros da Terra, deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades conseqüentes, a se entranharem, nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.

13 - E aqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?
Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, agüentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer, de permeio.

14 - E àqueles que perpetram crimes?
Se perpetramos crimes na pessoa dos semelhantes, ei-nos a frente de mutilações dolorosas.

15 - E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?
Se nos entregamos às extravagâncias da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.

16 - E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?
Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecente, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.

17 - E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?
Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.

18 - As conseqüências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?
Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.

19 - Qual deve ser nossa atitude perante as provas da vida?
Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.

20 - Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?
Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas conseqüências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.

EMMANUEL
extraído do livro "Leis de Amor", ítem VI - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - pelo espírito de Emmanuel - 3º ed. FEESP

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os avanços da Biologia perante o Espiritismo -


O Espiritismo surgiu em uma época em que a Ciência alcançava notáveis feitos. O final do século dezenove assistia às descobertas das ruínas dos Incas, à decifração dos hieróglifos egípcios e às escavações dos templos gregos, a mecânica impulsionava a indústria com suas descobertas, o microscópio seria o instrumento de perquirição da Biologia, levando o homem a devassar seu corpo, para curar doenças e buscar suas origens.
A época de Kardec é a época de Darwin, é um pouco antes da época de Mendel, mas é a época da glória da sociedade burguesa, do caldeirão de filosofias de exaltação do homem, que nos levaria a duas grandes guerras, sem que perdêssemos a empolgação com as conquistas, tornando a Ciência, definitivamente, possessão do homem, que o aproximava em pés de igualdade à divindade.
Charles Darwin, talvez o homem de Ciências mais genial de sua época, não inventou a idéia que o homem descende do macaco, derrubando a mitologia judaico-cristã da descendência adâmica.Coube a ele muito mais, além de concluir que o homem e o macaco tiveram, em alguma ocasião temporal, ancestrais comuns, do mesmo tronco, que depois se diversificariam naquilo que coube a ele desenvolver com primazia, a seleção natural. Seleção natural não é a lei do mais forte, mas sim a constatação que os seres evoluem graças a mutações aleatórias em seu interior, capazes de fazê-los modificar sua interação com o meio externo, tornando-os, nessa interação, mais aptos a sobreviverem. As idéias de Darwin influenciam não apenas a Biologia, mas mesmo a Filosofia, a Psicologia, a Sociologia.
Muitos se utilizam de sua teoria com fins notadamente racistas e muita polêmica gerou no meio acadêmico o livro A Curva de Bell, uma abordagem racista, que associa a miséria de negros e hispânicos a questões raciais, de seleção de uma raça mais apta, no caso os brancos caucasianos, sobre as demais. Os autores dessa obra esqueceram do grande legado de Darwin, que diz: “Se a pobreza e a miséria de um homem for causada não pelas leis da Natureza, e sim por nossas instituições, grande é nossa sina.”
Separados pelo distante tempo interior, pois se Darwin se interessava pelo palco da Ciência, o monge Gregor Mendel, que por seu amor à Botânica e acurado senso científico descreveu as leis da hereditariedade e as regras por elas seguidas, permitiu ao homem a estruturação da idéia de transmissão de um sistema de memória capaz de determinar características dos pais aos descendentes, que hoje sabemos estar em sequências de DNA que chamamos genes. A genética começa com Mendel mas apenas o descobriu no século XX, apesar de seus trabalhos datarem do final do século XIX, mais precisamente 1885.
Com a caracterização que os cromossomas eram formados de DNA, e que esse era composto de ácidos nucleicos, dois pares desses ácidos nucleicos, que suas sequências formavam uma espécie de alfabeto que codificavam a formação de componentes das proteínas, gerou-se uma corrida para determinar-se a forma estrutural do DNA. Coube a Linus Pauling a descoberta que as proteínas tem estrutura tridimensional e algumas delas uma estrutura helicoidal, mas o mérito quanto ao DNA coube à dupla Watson e Crick, que descreveram o DNA como dupla-hélice, que se abria na sua face interior para que fosse feita a “leitura” do alfabeto genético.
A sequência de nucleotídeos que formam cada um dos vinte aminoácidos essenciais do organismo humano, seguida do avanço na codificação das sequências genéticas e localização dos genes nos cromossomas, abriu as infindáveis possibilidades de pensar e sonhar que a mente humana é capaz. Os genes tornaram-se explicações de tudo o que ocorre no homem, quer em seu organismo quer em sua vida de relação, quer ainda em seu estado mental, sua capacidade de amar, de ser egoísta ou altruísta. Poderosos, os genes eram o código de Deus nos seres vivos que agora o homem era capaz não apenas de identificar, mas de manipular.
Conta-nos a mitologia grega que Zeus, o supremo deus do Olimpo, vendo que Prometeu, que criara os homens, detinha enorme prestígio e poder, desceu à terra em seu carro de fogo, e tirou dos homens a luz, num castigo ao titã e às suas criaturas. Em meio à escuridão que reinava, partiu em rota ascendente ao Olimpo, mas Prometeu, com um graveto, rouba o fogo do carro de Zeus, devolvendo aos homens aquilo que lhes havia sido tirado. Os deuses ficaram furiosos e prepararam vingança. Coube a Afrodite criar Pandora, uma mulher belíssima que trazia em suas mãos uma caixa, onde todas as pragas que abateriam os homens estavam comprimidas, saindo assim que fosse a tampa retirada. Não aceitando o presente de Afrodite, Prometeu, o que pensa antes, talvez não imaginasse que seu irmão, Epimeteu, o que pensa depois, ficasse encantado com Pandora e pedisse o presente a Afrodite. Recebeu Epimeteu a Pandora, junto com sua caixa, que, depois de aberta, espalhou sobre os homens todas as pragas e maldições ainda hoje conhecidas e que nos afetam. Da caixa de Pandora, a última a sair será a Esperança.
Impossível não relacionar o presente recebido por Epimeteu, principalmente a caixa que Pandora trazia, com o momento em que vivemos no que tange às conquistas da Biologia. Desde a década de sessenta que a genética molecular alcança progressos incríveis no diagnóstico de doenças raras, desde o período intra-uterino. Muito se fala em tratamento gênico de doenças, bastando identificar o gene deficiente e substituí-lo. Até hoje, mesmo conhecendo os genes de doenças letais, ainda não se foi capaz de promover terapia gênica adequada. Muita expectativa se criou entre os portadores de Fibrose Cística, mas ninguém foi curado por terapia gênica. A manipulação gênica é a proposta de avanço da ciência a ser analisada nessa palestra, pois assim pude entender a partir da correlação entre fertilização in vitro, clonagem e transplante de órgãos.
Para entendermos um pouco da caixa de Pandora aberta a partir daquilo que os colegas médicos da Associação Médica Católica da Inglaterra e Gales chamam de “o homem brincando de ser Deus”.
Desde a década de 50 os investimentos na Genética Molecular são enormes, não faltando verbas de pesquisas e isso propiciou a capacidade de sequenciar e manipular genes. À época do projeto Genoma Humano, especulava-se muito sobre as descobertas que estariam no cromossoma 22, pois dali sairia a cura da Esquizofrenia, a doença mais cara do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Nada se descobriu, para a frustração de muitos cientistas. Isso não impediu de sequenciar-se genes importantes e outros ainda pouco conhecidos. Questão de grave impacto, quando tratamos de manipulação gênica, é a evidência de que permanece vivo o Eugenismo, que é a tentativa de aprimoramento da raça humana. Essas idéias marcaram dolorosamente o homem durante o Nazismo, quando atingiu o clímax no sacrifício de milhares de judeus, na quase erradicação dos povos ciganos, no uso de cobaias humanas em experiências somente permitidas com animais.
A eugenia é uma idéia atuante na mente de alguns brilhantes cientistas que, ou não se apercebem do risco em promover tal idéia, pelas consequências que o homem já experimentou, ou simplesmente desconsideram qualquer risco em favor de seus ideais. O racismo a partir dos estudos científicos sempre foi encoberto por elaborações estatísticas complexas, que manipulavam dados em favor de determinado objetivo, ou era encoberto por visão viciada do pesquisador. O conhecido psiquiatra forense italiano, que se consagrou no Espiritismo a partir de sua conversão, Césare Lombroso, defendia que os criminosos tinham um crânio típico, menor em volume, que se apresentava exteriormente pela fronte pequena, mãos e pés grosseiros e sulcos faciais acentuados.
Assim eram os criminosos que Dr. Lombroso conheceu, alguns cérebros que analisou, mas são características de uma raça explorada pelos europeus, que viveram à margem de qualquer conquista social na Europa do século passado. Hoje a Eugenia está presente nas propostas de concepção a partir de Fertilização In Vitro após cuidadosa análise genética dos embriões, descartando os menos aptos em favor dos que os comprometidos com a seleção de raça pura chamam de amostra selecionada. Fazem às avessas aquilo que a Natureza faz de modo aleatório, escondndo uma sabedoria capaz de ser analisada apenas sob as vistas da Moral, despida de moralismo barato, mas sustentada por uma visão que garanta ao homem a autonomia e a dignidade desde as formas iniciais de vida. Autonomia e dignidade, devendo ser respeitadas no homem desde sua fase embrionária, faz com que a manipulação gênica de embriões fira profundamente esses princípios chave da Bioética? Caso consideremos o embrião como dotado de vida, a partir de quando isso se dá legalmente? A Inglaterra, tentando resolver essa questão do ponto de vista legal mas sem comprometer-se em sua regulamentação, talvez por temor de perder a corrida da biotecnologia aplicada a embriões, determinou que qualquer manipulação do embrião deva ser feita somente vida, mas a partir do 6º dia o embrião já não mais é viável para o implante no útero.
Ao manipularmos genes, bucando aprimoramento de raças, gerando vidas que são sacrificadas a centenas para preservar uma vida, até que ponto nos comprometemos nessa brincadeira de fazer de conta que somos Deus? É inegável a necessidade do aprimoramento científico, mas não justifica o sacrifício de vidas humanas quando alternativas outras se visíveis e viáveis. O simples fazer para mostrar-se ao mundo lembra-no muito a sentença do Eclesiastes: “Vaidade das vaidades, tudo no mundo é vaidade, não existe nada de novo sob o sol”.

O Espiritismo traz o conceito transcendente de vida, que não se inicia no berço, nem se encerra no túmulo. Se a visão muçulmana, expressa pelo geneticista radicado na Inglaterra, Abid Sharim, permite a manipulação gênica de embriões por entender que a alma se liga ao embrião a partir do 40º dia, muito ainda temos que avançar, inclusive para determinar quando a ligação do espírito com o corpo efetivamente se dá no estrito senso da palavra ligação. Os genes não transmitem caráter, não dão as características da alma. Quando o projeto genoma demonstrou que temos poucos genes a mais que os animais vulgares, como camundongos, muitos deixaram o queixa cair. Aqueles que afirmaram em alto e bom tom: “Dêem-me o programa genético que farei um homem”, pouco falaram, agora já sem o tom bravatoso. Muitos pensaram ter descoberto o Espírito, não para exaltá-lo, mas para rebaixá-lo a epifenômeno, não do cérebro, mas resultante dos genes. Caindo na realidade, a programação genética serve apenas para estocar informações para o maquinário celular. Ela não explica as sinapses cerebrais, pois precisaríamos de um número de genes três vezes maior que o contido em nosso DNA para justuficar as sinapses já conhecidas, que contam-se a menos de um terço das que possivelmente existam. DNA é molécula morta, tanto é que é encontrada em fósseis, sem o maquinário celular nada pode fazer. Na verdade, quem faz é a célula, esse ser microscópio quem utiliza as informações dos genes no processar de seu metabolismo. André Luiz, em seu livro Evolução em Dois Mundos, dá ênfase à célula, um non-sense na opinião de muitos, um anacronismo, na opinião de outros, mas uma sabedoria, na opinião de poucos. Naquela obra, afirma o autor que no campo de estudos a que ele se filia, naquele estágio de conhecimento que se encontravam, estavam eles estudando a estrutura mental da célula. Para ilustrar um pouco as repercussões da capacidade obtida, que são extremamente complexas, comecemos com o episódio ocorrido com o casal do estado do Colorado, nos EUA, pais de uma filha que apresentava Anemia de Fanconi. Essa doença rara e grave é passível de cura através de transplante de medula óssea, mas o sucesso dobra de 40% para 80% quando o transplante é feito a partir de células do cordão umbilical de doador plenamente compatível. Os pais de Molly haviam tentado, atravésde Fertilização In Vitro, por quatro anos, um embrião geneticamente compatível para salvar Molly. Adam Nash nasceria após ser o escolhido entre 15 embriões, o único capaz e fornecer as células do cordão umbilical que salvaram Molly. O que serve de reflexão é que uma apurada técnica obtida a partir de sérios e prolongados estudos, permitiu que, para salvar-se uma vida, quase cem embriões fossem gerados, testados e sacrificados, pois apenas um foi implantado e mesmo assim com a finalidade única de servir como doador de células-tronco capazes de dobrar a taxa de sucesso na tentativa de cura de sua irmã. Por mais que o médico responsável por esse tratamento diga que o sucesso obtido justifica qualquer sacrifício, mesmo de vidas, não se pode deixar de lembrar que estudos mostram que células-tronco obtidas de adulto podem se diferenciar e se comportar adequadamente, além do que já existem bancos de cordões-umbilicais, extraídos de fetos gerados com os fins habituais ou acidentais, que podem fornecer material àqueles que são compatíveis imunologicamente. Outro caso que chamou a atenção da mídia, encontrando repercussão, foi o de uma jovem mulher, de pouco mais de 30 anos, portadora de grave síndrome neurológica, de origem genética,que submeteu-se à Fertilização In Vitro, gerando um número grande de embriões, que foram geneticamente testados para a doença que a mãe era portadora, e os afetados foram descartados, os pouquíssimos preservados foram congelados para uso futuro, pelo desejo ardente dela de deixar descendentes.
Os testes genéticos muitas vezes são oferecidos como um pacote para descobrir-se as doenças que acometerão o indivíduo no futuro, numa clara enganação de incautos, quer pela imprecisão dos testes, quer pela não seleção dos testados, quer pelo desconhecimento que o gene não gera por si só a doença. Muito se tem explorado, muito dinheiro tem sido gasto para alimentar pavores infundados ou certezas cada vez mais incertas, em nome do ganho, da celebração da fama.
A genética nunca esteve em tamanha evidência entre os leigos e não iniciados quanto a partir de 1997, ano em que foi anunciado, na Escócia, o nascimento de Dolly, primeiro ser vivo clonado através de uma técnica chamada Transferência de DNA. Os cientistas recolheram o material genético da mãe de Dolly e implantaram em células mamárias cujos núcleos foram esvaziados visando receber o material que formaria Dolly. A equipe do Dr. Willmutt formou 277 embriões e apenas um mostrou-se capaz de desenvolver, no caso a ovelha tão famosa.
Com Dolly o vislubre de clonar-se humanos passou a tornar-se realidade quase palpável. Número crescente de publicações dão conta da clonagem de vários animais de laboratório, a partir da transferência de DNA, gernado já uma estatística de taxa de sucesso de 2%, com um gritante fracasso de 98%. Interessantemente, desses 2% de sucesso, um número grande deles apresenta doenças graves e já são descritas pelo menos 150 doenças entre os animais gerados por clonagem através da transferência de DNA. O porquê da alta taxa de fracasso ainda não se sabe.Se o clone humano virou realidade entre nós a partir da novela, a China anunciou, mesmo antes do médico italiano Severino Antinori, que tinha dez clones humanos. Estabeleceu-se uma corrida para saber-se quem será o primeiro a mostrar seu clone humano, um troféu que terá o prêmio não apenas da opinião pública, mas o grave peso político.
A técnica que fez gerar Dolly é aparentemente simples, mas a pífia taxa de sucesso mostra como é complexo o processo. Quando o espermatozóide funde-se ao óvulo, descarregando seu material genético a fundir-se com aquele da célula receptora, esse par de cromossomas diferentes entre si, partindo de um estado de repouso engendra no mecanismo celular um processo de rápida multiplicação celular, o que virá a ser um embrião.
Esse processo de reprodução a partir de cromossomas em repouso garante um risco mínimo de alterações nos cromossomas que, em alguns casos, geram doenças como a Síndrome de Down e em outros são incompatíveis com a vida. Na técnica de clonagem, uma célula receptora tem seu núcleo vazio preenchido pelo material genético do doador. Não se tem garantia de que esses cromossomas estão em estado de repouso e o fato de se ter uma probabilidade elevada de estarem atividade, faz surgir o alto índice de fracasso e, mesmo nos poucos casos de sucesso, o risco de alterações cromossomiais é grande. Isso nos leva fatalmente à pergunta para mais essa questão saída da caixa de Pandora, supondo o sucesso e a aceitação plena da clonagem humana, que tipos de desenvolvimento anormal deveremos aceitar? Aceitar para quem?
Não esqueçamos que não estamos formando um objeto, mas estamos diante de uma vida humana que surge. Ainda refletindo sobre o que vai saindo da caixa de Pandora, superando essas questões graves sobre o desenvolvimento do embrião humano clonado, caímos em questões éticas mais graves. Se uma mãe tem um filho morto em acidente, mas dele é retirado tecido vivo, qual o limite a ser aplicado ao desejo dessa mãe em fabricar um clone dessa criança? Por mais que saibamos o processo gera corpos, e não espíritos, como mais adiante iremos debater, se é válido o desejo de substituir o filhomorto por um geneticamente quase idêntico, será válido o desejo de outra mãe querer ter um filho sobressalente congelado no nitrogênio líquido, pronto para vir ao mundo após implante em um útero receptor, em caso de morte ou doença grave do original? Existe fronteira demarcada entre o desejo de uma e de outra?
Continuando o raciocínio, um homem casado, pai de três filhos, por algum motivo é levado a clonar um embrião a partir de seu material genético, quem seram os pais de direito da criança, uma vez que geneticamente os pais seram os pais daquele que forneceu o material genético. Essa criança não terá irmãos genéticos, pois não compartilhará da mesma carga genética dos irmãos. Terá ele poder successório sobre o doador caso a esposa dele, o doador, não conscinta com a adoção?
Clonar seres humanos com finalidades reprodutivas tem gerado tanto problema atualmente que quase já não se fala nesse tipo de clonagem, não ser nas saudades da novela, pois a moda agora é falar-se em clonagem terapêutica, a utilização da clonagem para que se formem doadores de células-tronco, que se transformarão em qualquer tecido ou órgão humano. Chama a atenção que, em Março de 97, um mês após o anúncio de Dolly, o Senado Norte-Americano convocou reunião através de um comitê específico de Saúde pública, seguindo também a convocação presidencial e a instalação de um Comitê Nacional de Bioética. Tratando de clonagem reprodutiva, representantes das indústrias de biotecnologia anunciaram que não tinham interesse na clonagem reprodutiva, mas na utilização da técnica para clonagem terapêutica, para a fabricação de órgãos.
Como falamos de indústrias, falamos de venda de tecnologia, ou seja de um comércio de seres vivos. O processo de clonagem terapêutica visa formar embrião de cerca de oito dias de vida, onde se apresenta a fase de blastocisto, momento em que o embrião está repleto de células-tronco, objeto dos almejados transplantes de órgãos. Até aqui o processo é o mesmo da clonagem reprodutiva, mas a partir dessa fase o embrião tem seu desenvolvimento interrompido, passando a ser apenas um rico banco de células. Como cada célula se diferencia em tecidos específicos não se sabe, mas já foi possível fabricar-se tecido renal implantando-se células-tronco em rim de bovinos. Essas células desenvolveram-se formando um aparelho renal.O processo pelo qual ocorreu ainda é uma incógnita.
O que é mais grave é que a clonagem terapêutica será oferecida a um custo, pois é uma técnica que está sendo desenvolvida com fins puramente comerciais, acima da questão humanitária, além do que, saindo mais um problema da famosa caixa, cumpre-nos questionar a questão venda de órgãos, no já existente mercado de órgãos humanos.
Quem não se lembra da prostituta de “Os Miseráveis”, que, para manter a filha após o desemprego, vende inicialmente seu corpo, uma vez adoecida, vende seus cabelos e, por fim, os dentes. Victor Hugo acenava para um mercado real, que hoje existe sob a forte condenação dos preceitos éticos, mas que tende à legalização através do reconhecimento de patentes, não de órgãos ou células humanas, pois são proibidas, mas de técnicas de clonagem, de armazenamento de embriões e de manipulação desses embriões para o desenvolvimento de órgãos e tecidos.
Um número crescente de transplantes de coração se dá pelas consequências dos processos isquêmicos, como a doença arterial ateromatosa, que gera angina, infarto e insuficiência do coração. As causas desses problemas são multifatoriais, a incidência deles é crescente, apesar das várias intervenções sobre a população, ao longo dos anos. Ter a possibilidadede um coração reserva a desenvolver-se se necessário for é consoladora talvez, mas nos lembra muito o caso de Molly, que teve a vida salva por seu irmão, que para poder nascer para esse único objetivo, viu quase 100 outros embriões serem descartados.
Os transplantes de órgãos realizam-se com uma taxa de sucesso importante, chegando, no caso de transplante de rins, a uma sobrevida de 85% em dez anos, isso desde a década de 80, graças à descoberta de uma substância imunossupressora chamada Ciclosporina. Essa droga revolucionou os transplantes, mudou todos os parâmetros de sobrevida.
Os argumentos a favor da clonagem terapêutica pesam pela escasses de doadores em todo o mundo mas o peso de se usar órgãos como mercadorias os prudentes, engana os afoitos. Continuando a sair da caixa, mais uma questão se põe à reflexão: uma vez desenvolvida a técnica de clonagem terapêutica, é justo que toda a população tenha um clone como reserva técnica de órgãos? Aqueles que já nascerem com problemas não podem fazê-lo, pois o clone também teria problemas, mas não seriam esses com predisposições e doenças genéticas os que mais seriam favorecidos com o transplante de órgãos obtidos a partir de células-tronco. Para confundir um pouco mais, estudos de há poucos anos mostram que pâncreas transplantados a pacientes diabéticos também desenvolveram diabetes, após 11anos, em 100% dos casos. Com órgãos fabricados a partir da reserva de um embrião clonado teriam destino diferente? Infelizmente, creio que a resposta ainda é não. Continua aberta a caixa de Pandora, dela saindo todas as pragas e males que o homem poderia experimentar. Todavia, lembra-nos a Mitologia que a última coisa a sair da caixa que trazia a bela Pandora era a Esperança. Apesar de todos os males, de todas as pragas, deveria por último dali sair um sentimento de renovação, mostrando que os deuses do Olimpo não condenaram perpetuamente a humanidade e que o mito de Pandora talvez seja o mito da ciência moderna. Para nós, essa Esperança tem nome, pderíamos chamá-la de Consolador, sem que carreguemos o rótulo religioso, mas ampliando sua perspectiva a todos os movimentos de regeneração surgidos na Terra, desde o final do século XIX. Cabe à Ciência Espírita o estudo do Princípio Espiritual e sua relação com o Mundo Espiritual, sendo a mediunidade um instrumento para se alcançar esse fim. Assim nos diz Allan Kardec em A Gênese, ao tratar da aliança da ciência material com a ciência espírita. Ao distinguir duas ciências, pois utilizam elas meios, materiais e métodos totalmente diferentes, não quis Allan Kardec separá-las, mas vislumbrava a união dessas fontes de saber, que trariam ao homem não somente o conhecimento de si mesmo enquanto ser biológico, mas de suas origens, sua destinação final, seu real objetivo na Terra. O Codificador percebeu que a Ciência teria um limite, que não avançaria além das leis materiais e a aliança com a Ciência Espírita, que trata do que está além da matéria, seria a instrumentação que propiciaria o conhecimento pleno e útil ao homem. Mas a tão esperada aliança entre as ciências espírita e material não ocorreu. Especificamente na questão da clonagem, que causa espanto a muitos, como se relaciona o princípio espiritual com o corpo que se forma? Existe total identidade entre clone e doador? O que transmitem os genes, realmente? A idéia que transmitimos pelo sangue características não apenas do corpo, mas também as características da alma, sempre esteve presente entre os homens e passou a se fazer mais forte desde o final do século XIX, reforçado pelo com a Ciência, a mãe de todas as descobertas que impulsionaram o homem ao auge conquistado no século XX e ainda hoje desfrutado. O romance do genial Charles Dickens, chamado Oliver Twist é exemplar modelo dessa idéia.
O primeiro encontro de Oliver Twist e o pequeno trapaceiro Jack Dawkins numa rua de Londres mostra o contraste entre eles. Oliver, filho de nobre donzela, deixado órfão em uma instituição, apesar de criado sem qualquer requinte de educação, longe das finezas da corte, e, ressalta o autor, sem qualquer manifestação de amor, tem a postura digna, a face fina, de nariz afilado, cabelos louros e cacheados e, muito mais, a inata postura nobre, não arrogante, porém recheada pela honestidade, pelo brio do caráter, pela força do espírito. O jovem menino de rua, ao contrário, tem a face grosseira, nariz achatado, como qualquer menino de rua. O romance mostra que Oliver, em sua jornada ao encontro de suas origens, tem essa postura nobre herdada pelas características de seu sangue, pois é nobre como os pais, que transmitiram a ele esse poder, o poder da natureza, contra a natureza. A idéia que transmitimos características muito além de físicas, mas morais, através de nosso sangue persiste ainda hoje, mas já não chamamos mais de sangue nobre, mas, talvez, de genes nobres.
Existe um estudo onde o caule de uma planta mãe foi dividido em três porções e cada uma dessas partes plantadas em altitudes diferentes. Essas plantas eram clones da planta original, que serviu de modelo de comparação. A depender da altitude, as plantas reagiam de modo diferente, gerando plantas outras distintas em maior ou menor intensidade em relação à matriz.
Outro ponto de estudo interessantíssimo é o da evolução dos rinocerontes. Temos dois tipos de rinocerontes, que surgiram no mesmo período cronológico, um na África, que tem dois chifres no nariz, outro na Índia, que tem apena um pequeno chifre em seu nariz. Partiram da mesma matriz e não se explica a diferença entre eles por alterações em seus genes. O que está além dos genes e nos toca diretamente o sentido, chama-se fenótipo. Por fenótipo podemos descrever todas as palpáveis, mensuráveis do ser vivo, as plantas geneticamente idênticas têm fenótipos distintos, o mesmo se dá com os rinocerontes. O que faz a diferença de resultados entre o que seria esperado para determinado genótipo e o fenótipo efetivamente encontrado é chamado pela ciência de normas de reação.
Essas normas de reação são as alternativas de resultados oferecidos ao genótipo, que podem ser totalmente distinto do esperado. Se ainda não se pode descrever os fatores responsáveis pelas normas de reação que interferem no genótipo para a formação de fenótipos (seres!) distintos, permitam-nos especular, vamos buscar no Princípio Espiritual, objeto da Ciência Espírita, a causa! Ao campo mental das células, que já é um fator a determinar normas de reação distintas, sobrepõe-se o campo mental do espírito, expresso através do perispírito que, ao reencarnar, impõe sua programação própria, sua identidade. Esse ser complexo, descrito como energético por partilhar de leis sutis e interferir nas leis biológicas que regem o corpo físico, influenciado por essas leis enquanto reencarnado e no instante mais ou menos longo da desencarnação, serve de molde, não de cópia, para comportamentos celulares únicos, no campo hoje limitado da genética. Os estudos do Dr. Ian Stevenson, principalmente seu último livro, chamado A Biologia em Face da Reencarnação, mostram a ocorrência de marcas de nascença, que ocorrem no ser reencarnante sem substrato genético, relacionando com eventos que geraram a morte traumática do ser, em reencarnação imediatamente anterior. O Dr. Ian Stevenson publicou o trabalho com o peso de um autor consagrado no meio científico, respeitado pela seriedade de seus trabalhos, ocupando dois volumes de obra extensamente documentada.
Mais que fatores genéticos a influenciar nos resultados do fenótipo, existem características humanas como a linguagem, o comportamento, as emoções, que não são transmitidas geneticamente. O clone de um brasileiro criado no Japão, falará japonês, pois a linguagem não é transmitida pelos genes. Sua capacidade mental será única e poderá ser totalmente distinta de seu molde, pois as sinapses cerebrais não obedecem modelos genéticos para seus desenvolvimentos. Mais que isso, o clone poderá apresentar doenças que jamais serão apresentadas pelo molde, uma vez que alterações estruturais nos cromossomas são muito plausíveis de ocorrer em clones. O Espírito é elemento constitutivo da Natureza e anima as formas materiais dos seres vivos, inicialmente como princípio espiritual, mas nas formas humanas encontram a plenitude do que entendemos por marcas do Criador em cada criatura, de forma mais vibrante e desafiadora, somente no homem o princípio espiritual torna-se Espírito com conotação moral, pois somos seres morais. Se temos a de gerar e aprimorar corpos, não temos a capacidade de gerar espíritos. A primazia sobre o corpo não é obtida através dos genes, mas a partir do corpo espiritual que o espírito reencarnante traz. Ainda que tentemos aliviar doenças, porque algumas doenças são perfeitamente evitáveis, talvez estejamos distantes da capacidade de aliviarmos sofrimentos. O ser não sofre porque adoece ou tem a morte próxima.
Esse erro é da visão utilirarista da sociedade ocidental, desenvolvido nos últimos 60 anos. Paradoxalmente, a necessidade de erradicar-se toda forma de,desde as mais legítimas, que dizimam pela miséria vidas inocentes, até as mais bizarras, que visam retardar o envelhecimento e prolongar a vida no corpo, vendem a idéia de que tudo o que é contrário ao bem estar físico é causa de sofrimento. Os espíritos amigos, tratando da medida da felicidade que podemos obter, lembram-nos, em O Livro dos Espíritos, que temos um senso que diz o que é abuso, que são nossos sentidos. A comida excessiva, que às vezes gera prazer, é causa de doenças que matam mais que a fome; as emoções obtidas por experiências quase extremas, desequilibram a homeostase; a necessidade de ser feliz, traduzida pelo consumo de bens pouco duráveis, pelas aparências que não enganam a si mesmos, por não viver conforme as próprias convicções, ou não ter qualquer convicção própria, geram a depressão e a demência. Ante as pragas saídas da caixa de Pandora, calmamente espera o Espiritismo sua vez de ser auscutado pelos homens, pois é o hino de esperança a lembrar-nos que nossa pátria verdadeira não se conta entre os limites do mundo físico, que somos essencialmente espíritos, que nossos corpos são sagradas vestes, mas apenas vestes que teremos de despir quanto estiverem rotas e sem serventia.

- Jorge Cecílio Daher Júnior (GO) -http://www.ipepe.com.br/biologia.html

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Encontro dos Opostos (Versão Original)

"Só temos consciência do Belo quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo
O tom e o som se harmonizam.
O antes e o depois seguem-se um ao outro.
O passado e o futuro geram o tempo.
O longo e o curto se delimitam
O ser e o não ser geram-se mutuamente.
O sábio executa sua tarefa sem agir.
O sábio tudo realiza - e nada considera seu.
O sábio tudo faz e não se apega à sua obra."

Tao Te King.

Sintonia

“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto”. (Mateus, 7:7)

Todas as coisas que existem no Universo vivem em regime de afinidade. Desde o átomo até os arcanjos tudo é atração e sintonia. Nada que te alcança a existência é ocasional ou fruto de uma reação sem nexo.
Teu livre-arbítrio indica com precisão a posição que ocupas no Cosmo, uma vez que cada indivíduo deve a si mesmo a conjuntura favorável ou adversa em que se situa no momento atual.
Vieste da inconsciência – simples e ignorante – e, pela lei da evolução, caminhas para a consciência escolhendo a estrada a ser percorrida.
• Encontrarás o que buscas.
• Tens a posse daquilo que deste
• Convives com quem sintonizas
• Conhecerás o que aprendeste, mas somente incorporarás na memória o que vivenciaste.
• Avanças ou retrocedes de acordo com a tua casa mental.
• Felicidade e infelicidade são subprodutos de teu estado íntimo.
• Amigos são escolhas de muito tempo.
• Teu círculo doméstico é a materialização de teus anseios e de tuas necessidades de aprendizagem.
• Pelo teu jeito de ser, conquistarás admiração ou desconsideração.
• O que fizeres contigo hoje refletirá no teu amanhã, visto que o teu ontem decidiu o teu hoje.
Com teus pensamentos, atrais , absorves, impulsionas ou rechaças. Com tua vontade, conferes orientação e rumo, apontando para as mais variadas direções. Disse Jesus: Pedi e vos será dado: buscai e achareis; batei e vos será aberto.
Sintonia é a base da existência de toda alma imortal. Seja na vida física seja na vida astral, a lei da afinidade é princípio divino regendo a ti, a todos os outros e a tudo.
Observa; viver no drama ou na realidade, na aflição ou na serenidade, na sombra ou na luz, é postura que está estritamente relacionada com teu modo de sentir, pensar e agir.



Francisco do Espírito Santo Neto pelo Espírito Hammed

TENS MEDIUNIDADE?


O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente nesse sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. XXIV, item 12)

Reconhecendo que os canais que permitem o aparecimento da mediunidade, são daqueles que já vêm estabelecidos desde os acertos e assunção de compromissos no mundo espírita, não poderemos menosprezar os níveis de responsabilidade de cada medianeiro renascido na Terra.
Nenhuma criatura se apresenta no mundo portando a faculdade do intercâmbio com o Invisível por mero acaso. Os fundamentos são de alta relevância para o portador, com vistas ao esquema de redenção gradativa que deve levar a cabo.
Entendendo que as percepções do Além, por parte do indivíduo correspondem ao cômputo do sublime amor de Deus, amor misericórdia, a faculdade mediúnica necessita cercar-se com seriedade, com vigilância, com espírito de serviço, de modo a que seja convertida em excelente via de acesso às luzes da alma.
Nenhum ganho material, ascensão profissional ou recompensas sociais devem ser visados com a utilização da mediunidade.
Nenhuma inarmonia, nenhuma violência, nenhuma opressão devem-se apoiar na mediunidade.
Sob a claridade que vem do Senhor e Guia da Humanidade, que cada medianeiro se compenetre das incontáveis bênçãos que ela representa para todos, quando bem manejada, mas, do mesmo modo, não se poderá olvidar o médium das responsabilidades gerais pelas quais terá que responder.
Sentes a influência dos invisíveis de modo ostensivo? Tens mediunidade? Se és dela portador, começa por buscar um núcleo de estudos da Doutrina Espírita, onde a disciplina e o trabalho no bem se façam normas de conduta, e engaja-te nesses esforços por fazer brilhar a tua própria luz, por meio da ação disposta e bem-aventurada, tornando-te instrumento do Cristo no atendimento aos dramas e às necessidades do mundo, onde ainda a dor, a desolação e a imensa ignorância imperam.
Se és médium, procura filtrar mensagens felizes, sob as formidáveis aspirações dos Prepostos de Jesus Cristo, para que sejas venturoso e promovas alegrias com as tuas possibilidades psíquicas.
Guarda, então, a certeza de que laborando na mediunidade com respeito, disciplina e decisão, os teus dias terrenos serão gloriosos e gloriosa será também a tua volta ao Lar da Imensidão.

(De “Revelações da Luz”, de J. Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo)


Paz e Luz

sexta-feira, 7 de maio de 2010

COMPREENDEI E PERDOAI

Filhos, a compreensão é a virtude que vos predispõe naturalmente ao perdão.

Compreendei para perdoar.
Não conserveis ressentimentos no coração, sabendo que aquele que vos decepciona é um companheiro vencido pelos seus próprios conflitos.
Não exijais dos outros infalibilidade.
Os amigos que seguem ao vosso lado, qual vos acontece, são espíritos assinalados por muitas limitações, aparentando exteriormente o que ainda não são.
Compadecei-vos das mazelas alheias, não sobrecarregando os ombros daqueles que avançam, mal se agüentando ao peso da cruz.
Não condicioneis a vossa conduta no bem à conduta de quem quer que seja; que a vossa fé não dependa da demonstração de fé dos que vos inspiram na jornada...
Somente em Jesus Cristo devereis vos encorajar na luta.
Os irmãos de crença espírita, principalmente os que se encontram servindo na mediunidade e os que ocupam posições de liderança, são, afinal, espíritos comprometidos com o passado: nenhum deles se encontra imune ao assédio das trevas.
Não raro, o personalismo e a vaidade apenas ocultam nas almas uma estamenha de chagas...
Os que intentam brilhar para o mundo estão longe de possuir luz própria.
A rigor, muitos de nós outros não estamos ainda sequer preparados para uma maior proximidade com o Cristo - a possibilidade de semelhante convivência mais estreita nos levaria ao delírio.
Quem, há séculos, se habituou nas sombras, só gradativamente se acostuma à claridade.
O homem sem maior entendimento do Evangelho transfere a sua ambição concernente às coisas materiais para as coisas divinas.
Os apóstolos não chegaram a disputar entre si a primazia de estarem, no Reino Celeste, ao lado do Senhor?
Assim, tomai vós mesmos a iniciativa da exemplificação e da coragem de vivenciar, de forma irrepreensível, a crença que abraçastes.

BEZERRA DE MENEZES

A CORAGEM DA FÉ

Psicografia: Carlos A. Baccelli

Aceitar as Pessoas

Aceita as pessoas, conforme estas se te apresentam.
Este homem prepotente que te desagrada, está enfermo, e talvez não o saiba.
Esse companheiro recalcitrante é infeliz em si mesmo.
Aquele conhecido exigente sofre dos nervos Uns, que parecem orgulhosos, são apenas portadores de conflitos que procuram ocultar.
Outros, que se apresentam indiferentes, experimentam medos terríveis.
A Terra é um grande hospital de almas.
Quem te veja, apenas, superficialmente, não te verá, como analisaste, com acerto.
Concede a liberdade para que cada um seja conforme é e não como pretendes que sejam.


Livro: Vida Feliz

Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco



Paz e Luz

quinta-feira, 6 de maio de 2010

TOLERÂNCIA E COERÊNCIA



Emmanuel


Compreender o desculpar sempre., porque todos necessitamos de compreensão e desculpa,.nas horas do desacerto,. mas observar a coerência para que os diques da tolerância, não se esbarrondem, corroídos pela displicência sistemática, patrocinando a desordem.
Disse Jesus: “amai os vossos inimigos.
E o Senhor ensinou-nos realmente a amá-los, através dos seus próprios exemplos de humildade sem servilismo e de lealdade sem arrogância.
Ele sabia que Judas, o discípulo incauto, bandeava-se, pouco a pouco, para a esfera dos adversários que lhe combatiam a mensagem renovadora.
A pretexto de amar os inimigos, ser-lhe-ia lícito afastá-lo da pequena comunidade, a fim de preservá-la, mas preferiu estender-lhe mãos fraternas, até a última crise de deserção, ensinando-nos o dever de auxiliar aos companheiros de tarefa, na prática do bem, enquanto isso se torne possível.
Não ignorava que os supervisores do Sinédrio lhe tramavam a perda...
A pretexto de amar os inimigos, poderia solicitar-lhes encontros cordiais para a discussão de política doméstica, promovendo recuos e concessões, de maneira a poupar complicações aos próprios amigos, mas preferiu suporta-lhes a perseguição gratuita, ensinando-nos que não se deve contender, em matéria de orientação espiritual, com pessoas cultas e conscientes, plenamente informadas quanto às obrigações que a responsabilidade do conhecimento superior preceita.
Certificara-se de que Pilatos, o juiz dúbio, agia, inconsiderado...
A pretexto de amar os inimigos, não lhe seria difícil recorrer à justiça de instância mais elevada, mas preferiu agüentar-lhe a sentença iníqua, ensinando-nos que a atitude de todos aqueles que procuram sinceramente a verdade não comporta evasivas.
Percebia, no sacrifício supremo, que a multidão se desvairava...
A pretexto de amar os inimigos, era perfeitamente cabível que alegasse a extensão dos serviços prestados, pedindo a comiseração pública, a fim de que não se lhe não golpeassem a obra nascente, mas preferiu silenciar e partir, invocando o perdão da Providência Divina para os próprios verdugos, ensiando-nos que é preciso abençoar os que nos firam e orar por eles, sem contudo, premiar-lhes a leviandade para que a leviandade não alegue crescimento com o nosso apoio.
Jesus entendeu a todos, beneficiou a todos, socorreu a todos e esclareceu a todos, demonstrando-nos que a caridade, expressando amor puro, é semelhante ao sol que abraça a todos, mas não transigiu com o mal.
Isso quer dizer que fora da caridade não há tolerância e que não há tolerância sem coerência.

Psicografia do médium Francisco Cândido Xavier.

PROCURA

Passei tanto tempo te procurando
Olhava para o infinito e não te via
Não sabia onde estavas.
E pensava comigo mesmo:
Será que tu existias mesmo?
Não me contentava na busca e prosseguia.
Tentava te encontrar nas religiões.
Tentava te encontrar nas igrejas.
Mas tu não estavas.
Senti-me só, vazio, desesperado e descri.
Na descrença, te ofendi.
Na ofensa, tropecei.
No tropeço, caí.
Na queda, senti-me fraco.
Na fraqueza, pedi socorro.
No socorro, encontrei amigos.
Nos amigos, encontrei carinho
No carinho, vi nascer o amor.
Com o amor, vi um mundo novo.
No mundo novo, resolvi viver.
O que recebi, resolvi doar.
Doando-me, alguma coisa recebi.
Recebendo, me senti feliz.
Feliz, encontrei a paz.
Com a paz, foi que enxerguei
Que dentro de mim é que estavas
E sem perceber, te encontrei.

(Tobias Pinheiro)

A Água Fluida




“E qualquer que tiver dado só que seja um copo dágua fria, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que, de modo algum, perderá o seu galardão.”

Jesus (Mateus, 10:42).

Meu amigo, quando Jesus se referiu à bênção do copo de água fria, em seu nome, não apenas se reportava à compaixão rotineira que sacia a sede comum. Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais mais profundos.
A água é dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura em que a medicação do Céu pode ser impressa através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.
A prece intercessória e o pensamento de bondade representam irradiações de nossas melhores energias.
A criatura que ora ou medita exterioriza poderes, emanações e fluidos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar, e a linfa potável recebe-nos a influenciação, de modo claro, condensando linhas de força magnética e princípios elétricos que aliviam e sustentam, ajudam e curam.
A fonte que procede do coração da Terra e a rogativa que flui do imo dalma, quando se unem na difusão do bem, operam milagres.
O espírito que se eleva na direção do Céu é antena viva captando potenciais de natureza superior, podendo distribuí-los a benefício de todos os que lhe seguem a marcha.
Ninguém existe órfão de semelhante amparo.
Para auxiliar a outrem e a si mesmo bastam a boa vontade e a confiança positiva.
Reconheçamos, pois, que o Mestre quando se referiu à água simples, doada em nome de sua memória, reportava-se ao valor real da providência a benefício da carne e do espírito, sempre que estacione através de zonas enfermiças.
Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades físico-psíquicas ou nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido com raios de amor em forma de bênçãos e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.

Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido. “Segue-me!...” Pelo Espírito Emmanuel. 7.ed. Matão, SP: O Clarim, 1994, p. 129-130.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

TÉCNICA DE RELAXAMENTO PSICOFÍSICO (Para descansar a mente e renovar as energias)


Sente-se confortavelmente.
Eleve os pensamentos Ao Grande Arquiteto Do Universo e abra o coração naquela sintonia do Amor Que Ama Sem Nome.
Visualize um facho de luz dourada vindo de um ponto à sua frente (como se um portal energético se abrisse em frente a você e irradiasse uma poderosa luz dourada), incidindo diretamente no centro do seu chacra frontal*. Imagine que essa luz enche a sua mente de vitalidade. Faça isso por uns dois minutos.
A seguir, visualize que um segundo facho de luz surge à sua frente, à esquerda, e entra pelo lado esquerdo da testa. Essa luz é branco-dourada. Preste atenção nele por dois minutos.
Visualize um terceiro facho luminoso à sua frente, à direita, que entra em sua testa pelo lado direito. Essa luz é amarela clara. Preste atenção nela por dois minutos.
Finalmente, procure manter a atenção nos três fachos ao mesmo tempo, como se fossem três esteiras luminosas - ou como faixas luminosas de um arco-íris de apenas três cores -, carregando a energia para dentro do seu chacra frontal e limpando a mente de tristezas e pensamentos daninhos. Fique assim por uns dez minutos.
Fique bem!
Obs.: Esta prática simples ocasiona um relaxamento suave e ajuda a limpar a tela mental. Por isso, é excelente de ser realizada antes de deitar e serve como um coadjuvante em técnicas projetivas também. Além disso, é muito agradável de fazer e sintoniza o chacra frontal às suaves vibrações dos planos sutis**.
Paz e Luz.
 
- Notas:
* Chacra Frontal - é o centro de força situado na área da glabela, no espaço espiritual interno da testa. Está ligado à glândula hipófise – pituitária - e tem relação direta com os diversos fenômenos de clarividência,
intuição e percepções parapsíquicas. É o chacra da aprendizagem e do conhecimento. Em sânscrito ele é conhecido como "Ajna", o centro de comando.
** Eis um ensinamento do mestre búlgaro Omraam Mikhael Aivanhov que tem correspondência com práticas de captação da luz:
"Procure a Luz. Em cada dia que passa, procure introduzi-la em si mesmo como uma essência pura, brilhante e radiante. A Luz é uma matéria tão sutil que não se pode pesá-la e nem mesmo tocá-la. Mas é graças a ela que alguém pode criar no mundo espiritual. Os iniciados, para quem a única realidade verdadeira é a Luz, trabalham diariamente com ela a fim de estabelecerem comunicações com o mundo divino. Há que saber que o único meio de um ser humano comunicar-se com o mundo divino é aquele que ele próprio é capaz de criar, tecendo fios de luz entre esse mundo e ele. Tecidos esses fios, o Céu e a Terra entram em contato e efetuam trocas que conduzem à plenitude."
- Mikhael Aivanhov -
 
 
- Por Wagner Borges -