domingo, 11 de julho de 2010

JESUS E JUSTIÇA





Tem por objetivo a justiça reparar o dano causado e corrigir o infrator, tornando-o útil à sociedade na qual se encontra.
A justiça trabalha em favor da educação utilizando-se de métodos disciplinares, inclusive limitando a liberdade do delinqüente, a fim de poupá-lo, bem como a comunidade, de males mais graves.
O delito resulta do desrespeito aos códigos estabelecidos de leis que regem os povos, propiciando direitos e deveres iguais aos indivíduos.
Quando a justiça se corrompe, o homem tresvaria e o abuso da autoridade conduz aos extremos da sandice.
Em uma sociedade justa, todos desfrutam de oportunidades iguais de progresso, face a uma idêntica distribuição de rendas. Nela, o forte ampara o fraco, o sadio socorre o enfermo, o jovem ajuda o idoso, comportamento natural, decorrente de uma consciência clara de dever, que estabelece a felicidade como conseqüência da solidariedade entre as diversas criaturas.
À medida que o homem desenvolve os sentimentos e a inteligência se aprimora, as suas leis são mais brandas e sua justiça mais equânime.
Nos povos primitivos, a "lei do mais forte" prevalecia, substituída, mais tarde, pela condição absurda da hereditariedade, até alcançar os elevados princípios sócio-democráticos, nos quais, a responsabilidade pessoal tem prioridade na ação livre dos seus membros.
É longo, porém, ainda, o caminho a percorrer, para que seja alcançado o respeito do homem pela vida, pelo próximo, pela natureza, pela justiça sem arbitrariedade, sem punição.


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Jesus fez-se paladino da justiça equânime. Sua atitude para com as pessoas era sempre a mesma: de benevolência, com o objetivo da educação. A Nicodemos, que era doutor da alta câmara do Sinédrio, concedeu uma entrevista, nada diferente daquela que facultou a Zaqueu, o cobrador de impostos, ou à convivência com Lázaro e suas irmãs, em Betânia, ou ao ladrão, na cruz, que Lhe buscara apoio.
Reconhecendo que os homens se diferenciam pelas suas conquistas intelectuais e morais e que a hierarquia na qual se encontram é de aquisição pessoal e sem jactância ou privilégios, a todos proporcionava as mesmas condições e oportunidades, jamais se excedendo com qualquer um deles.
À adultera, ou à vendedora de ilusões, ou aos sacerdotes que o interrogaram, ou aos saduceus hábeis, ou aos fariseus hipócritas, sempre concedeu o mesmo tratamento.
Quando invectivou os que tentavam envolvê-Lo em ciladas sofistas, comprometedoras, usou de energia sem esquecer da compaixão, por sabê-los enfermos da alma, da qual procedem todos os fenômenos do comportamento.
Num período de arbitrariedades, foi magnânimo; de abuso de poder, falou sobre a renuncia à arrogância, e fez-se humilde; de exploração, ensinou a generosidade e viveu-a.
Propôs que a nossa não fosse a "justiça dos fariseus" que, moralmente doentes, esfalfavam os fracos, exploravam as viúvas e as crianças, aproveitando- se da situação. E quando Pilatos, que iria lavar as mãos culpadas pela pusilanimidade do caráter, Lhe disse que tinha poder e autoridade sobre Ele, redargüiu-lhe que estes lhe haviam sido concedidos, desde que, por sua vez, ele também se encontrava sob uma condução maior. Porque o verdadeiro poder, a excelente justiça, vêm de Deus.


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Emaranhado nos próprios erros e tropeçando nas malhas da incompleta justiça humana, reeduca-te.
Vítima das circunstâncias infelizes que te pesam, confia em Deus e aguarda.
Injustiçado e sob arbitrária cobrança, não te desesperes.
Paga agora o que esqueceste de regularizar ontem, certo de que a falência das leis terrenas não te exime de ser alcançado pela divina justiça.
Melhor que estejas sob reparação de compromissos, dos quais não te recordas, do que gozando a liberdade física, mas carregando a consciência culpada que se esconde na ilusão.
A real justiça sempre encontra o infrator. Por tua parte, sê justo, equânime para com todos, tomando como modelo de comportamento Jesus, que nunca se recusava.


(De “Jesus e atualidade”, de Divaldo Pereira Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)


Paz e Luz

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