domingo, 20 de fevereiro de 2011


MEDICINA DA ALMA - A GRANDE ESPERANÇA – (VITOR RONALDO COSTA)





 “...o médico não pode estacionar em diagnósticos e terminologias. Há que penetrar a alma, sondar-lhe as profundezas. Muitos profissionais da Medicina, no planeta, são prisioneiros das salas acadêmicas, porque a vaidade lhes roubou as chaves do cárcere.”

(André Luiz / F. C. Xavier, Nosso Lar, cap.14)

1 - Repercussão negativa da vaidade acadêmica

Clarêncio, o digno Ministro do Auxílio em “Nosso Lar”, cidade do astral, é o autor do parágrafo acima dito enquanto ilustrava a André Luiz, ainda nos pródromos de seu despertar no outro lado da existência. Pelo que se pode inferir, a vaidade acadêmica tem sido a grande responsável pelo atraso das pesquisas voltadas para a confirmação da realidade espiritual. Confunde-se realidade espiritual com os dogmas religiosos ainda existentes e, tal preconceito é tão arraigado, que os doutos acadêmicos inebriados com a ciência mundana embrenham-se nas profundezas da matéria orgânica, esperando de alguma sorte, identificar nas moléculas tissulares, nas perturbações hormonais ou nos microorganismos patogênicos as causas absolutas das enfermidades orgânicas e psíquicas de natureza complexa. É a velha e arcaica postura materialista atravancando o progresso das idéias espiritualistas.

Afora este detalhe, considere-se, também, a influência dos desvios decorrentes dos interesses mesquinhos que alicerçam a prática da medicina terrena. Tida na conta de arte e sacerdócio desde os albores da civilização, nem sempre assim tem sido considerada por extenso contingente de profissionais interessados exclusivamente no enriquecimento material, mesmo que às custas da própria dignidade.

A vaidade e o egoísmo são as molas mestras da infelicidade humana e, infelizmente, quando presentes na medicina, as repercussões negativas não se resumem apenas ao comprometimento espiritual do profissional desonesto, mas se estendem em forma de prejuízos incalculáveis aos pacientes vitimados pela indiferença humana.

2 - Avanço da medicina vibracional

Hoje em dia, ninguém de sã consciência desconhece a excelência do apoio religioso aos enfermos hospitalizados. A mídia tem divulgado experiências levadas a termo nos Estados Unidos da América do Norte, por médicos honestamente interessados em investigar os recursos decorrentes da postura religiosa aplicada à saúde e da terapêutica energética oriunda de fontes variadas, entre elas citamos:           

1 - a ação psico-fisiológica da prece nos mecanismos de cura;

2 - a mentalização curativa nos distúrbios neoplásicos;

3 - a cura pela fé;

4 - a aplicação da acupuntura, homeopatia e sistemas florais;

5 - as transfusões bioenergéticas; e,

6 - o uso de água magnetizada.

Os resultados têm superado as expectativas e sugerem que muito mais se pode esperar dos métodos não convencionais hoje utilizados como terapêutica nos enfermos portadores de patologias orgânicas e psíquicas.

Além disto, considere-se as repercussões favoráveis da terapêutica bio-energética, a exemplo dos passes magnéticos e da água fluidificada, entre outros, que também estão sendo experimentados por vários pesquisadores em instituições hospitalares estrangeiras e nacionais, mormente as de procedência espírita.

A transfusão de energia vital, apesar das muitas denominações recebidas, mostra-se condizente com os princípios filosóficos que norteiam os diversos segmentos culturais existentes. Importa-nos, entretanto, o fato de serem posturas receptivas aos procedimentos terapêuticos, hoje inseridos no âmbito da chamada medicina vibracional, sem dúvida, o primeiro passo dado no sentido do esperado confronto com a medicina espiritual propriamente dita.

É interessante ressaltar que se esses métodos não convencionais de cura forem detidamente analisados, chegaremos a conclusão que na essência a maioria deles conjuga aspectos básicos do magnetismo humano e da energia cósmica mobilizada pela mente, dádiva de Deus à disposição dos homens de boa-vontade.

A propósito, lembro aqui interessante comentário de Lísias, inserido no capítulo 10 da obra “Nosso Lar”, a respeito dos aspectos benéficos do precioso líquido, ainda desconhecidos das ciências terrenas e que confirmam plenamente a validade da utilização terapêutica da água fluidificada sugerida pela maioria das casas espíritas:

            “...sabemos que a água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui ela é empregada sobretudo como auxílio e remédio. Há repartições no Ministério da Auxílio absolutamente consagradas `a manipulação de água pura, com certos princípios suscetíveis de serem captados na luz do sol e no magnetismo espiritual.”

3 - Os pesquisadores espíritas brasileiros

Todavia, o passo decisivo na estruturação da nova medicina da alma, tem merecido destaque aqui no Brasil, graças ao trabalho de um restrito grupo de médicos comprometidos com o pioneirismo da causa espírita. E por um dever de gratidão lembramos inicialmente o nome daquele que, no final do século passado, enfrentando a hostilidade dos detratores do espiritismo, sustentou publicamente a possibilidade de existir uma causa não física responsável pelo desencadeamento de inúmeras disfunções psíquicas. Refiro-me ao respeitado e querido Dr. Bezerra da Menezes, autor da memorável obra “A Loucura Sob Novo Prisma” (FEB). Neste livro, ele defende a tese da existência de perturbações mentais decorrentes de obsessões espirituais, com o objetivo de despertar o interesse dos profissionais da saúde que ensaiam os primeiros passos na senda do conhecimento espírita.

A seguir, relembramos com muita reverência o nome do saudoso Dr. Inácio Ferreira, do Sanatório Espírita de Uberaba. Foi, sem dúvida, um dos mais destacados tarefeiros responsável pelo emprego da desobsessão em âmbito hospitalar, o que lhe permitiu obter a cura definitiva de centenas pacientes psiquiátricos portadores de síndromes espirituais, identificadas criteriosamente pela instrumentação mediúnica.

Logo, não é sem motivos a existência, hoje, no país, de aproximadamente oitenta hospitais espíritas, o que se constitui exemplo de conjugação amistosa entre os preceitos científicos clássicos e os fundamentos doutrinários da codificação espírita.

Mais recentemente identificamos o nome do Dr. Jorge Andréa dos Santos, psiquiatra e espírita responsável pela formação da mentalidade holística de toda uma geração de médicos e psicólogos identificados com os ideais doutrinários. São jovens esperanças dispostas a vislumbrarem no ser encarnado, a presença do espírito imortal (inconsciente puro) e demais envoltórios energéticos com suas funções bem definidas a lastrear os fenômenos globais do psiquismo, inclusive os distônicos. A consistente hipótese de trabalho deste ilustre pesquisador constitui-se, ao nosso ver, na mais importante contribuição teórica para o entendimento da dinâmica psíquica, levando-se em conta as leis da causa e efeito e da palingenesia.

Por fim, menciono o nome do saudoso Dr. José Lacerda de Azevedo, um dos mais fecundos investigadores da alma humana, autor de pesquisas notáveis contabilizadas no campo das patologias espirituais complexas. O Dr. Lacerda legou-nos, inclusive, moderna metodologia de abordagem da alma humana, embasada no emprego do magnetismo, do sonambulismo e do desdobramento perispirítico, hoje utilizada com êxito em várias instituições espíritas nacionais. As teses inovadoras divulgadas no decorrer de sua profícua existência nos permitiram vislumbrar os novos horizontes da mais lídima medicina espiritual, renovando as nossas esperanças em dias melhores para os sofredores de ambos os lados da vida. O seu trabalho pode ser considerado, no momento, o mais importante contributo experimental no campo da fenomenologia anímico-mediúnica e da terapêutica desobsessiva.

4 - O que nos reserva o futuro

Cremos que, no decorrer do século atual, os procedimentos espíritas serão melhor entendidos e aceitos pela nova geração de lidadores da saúde. O estudo específico, o bom-senso e a honestidade de propósitos permitirão na prática o vislumbre do espírito e, conseqüentemente, a elaboração de diagnósticos e tratamentos mais precisos dos distúrbios obsessivos.

O Espiritismo ilustrará a medicina com o conhecimento de causa e a alma humana não mais será vista como objeto místico de crença religiosa, mas tida na conta de um apanágio autêntico da ciência esclarecida. Então os cientistas visualizarão no espírito a parte essencial e eterna da complexidade humana com direito assegurado a investigação sistemática em campo experimental no âmbito das Universidades.

Será uma época em que o homem melhor entenderá o “por quê” da vida e aplicará esforços no sentido de sua própria melhoria, valorizando a vivência dos princípios evangélicos exemplificados pelo Sublime Terapeuta, quando aqui esteve conosco.

A renúncia aos vícios terrenos e o interesse em amadurecer o senso de moralidade, constituir-se-ão objetivos comuns e maneiras de otimizar o próprio comportamento pela identificação com os ideais supremos da existência, aliás, opção ímpar capaz de assegurar o bem estar bio-psíquico, social e espiritual tão almejados pela civilização planetária.

Para concluir, deixamos mais uma vez a palavra com o espírito de Lísias, (Nosso Lar, FEB) para que ele arremate o pensamento vigente no contexto da autêntica medicina da alma colocada a serviço da saúde integral: “Pois note bem: toda medicina honesta é serviço de amor, atividade de socorro justo; mas o trabalho de cura é peculiar a cada espírito”.
(Artigo reproduzido com a autorização do autor)

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