quinta-feira, 17 de maio de 2012

Distúrbios psiquiátricos e mediunidade





    
          O que diferencia um médium que semanalmente veste o branco e através de seu canal de comunicação com o plano espiritual recebe as mensagens dos planos superiores seja por clarividência, clariaudiência ou intuição daqueles irmãos que, apresentando um histórico clínico de “alucinações” auditivas ou visuais, permanecem muitas vezes sedados com medicamentos psiquiátricos em clínicas especializadas para controle dos seus “sintomas”? Qual a linha que separa a referida mediunidade das doenças psiquiátricas como a esquizofrenia com sintomas de paranóia e delírios ou os transtornos obsessivos com fases de mania ou depressão? Qual o médium que não está costumeiramente a mercê de oscilações de humor quando fraqueja no seu equilíbrio e abre brechas em seu psiquísmo para a ação de entidades umbralinas?
Com toda a certeza o trabalho com a espiritualidade através do exercício mediúnico em local adequado por si só tem um efeito terapêutico que resguarda os medianeiros para que não descambem para o desequilíbrio psicológico. Quantos médiuns que porventura não houvessem sido contemplados com a misericórdia de ter seu desenvolvimento ligado a alguma casa espiritualista não estariam também sentenciados a serem rotulados de doentes psiquiátricos e submetidos ao uso definitivo de drogas estabilizadoras?
Da mesma forma é preciso questionar como saber o que são sintomas de mediunidade não desenvolvida e em desequilíbrio e distúrbios psiquiátricos verdadeiros que necessitem de tratamento adequado. Ou será que todas as alterações de psiquismo não teriam um componente mediúnico em sua raiz? Pensando por este prisma, certamente o exercício da mediunidade bem orientado através do trabalho de caridade teria o efeito equilibrador que em um número elevado de casos o tratamento clínico não alcança. Infelizmente esta é uma visão simplista demais para um problema que envolve diversos outros aspectos. E preciso compreender que todo encarnado que sofra a influência espiritual negativa de uma forma crônica por encontrar-se com seu canal mediúnico aberto e seu psiquismo em desequilíbrio vai aos poucos tornando-se mais e mais  suscetível a ação da baixa espiritualidade e tendo sua real personalidade cada vez mais sufocada pelas manifestações de atitudes que em realidade não são inerentemente suas. Em determinado momento fica muito difícil resgatar dos recônditos do cérebro físico o verdadeiro “eu” destes irmãos em decorrência das distorções cronicamente sofridas que acabam por alterar definitivamente na atual encarnação as manifestações dos espíritos destas pessoas junto a coletividade.
 
Como então definir quais pretensos médiuns que lidam com algum distúrbio de fundo psiquiátrico já diagnosticado pela medicina convencional seriam elegíveis para o exercício caritativo de sua mediunidade? Em meu entendimento a prática mediúnica requer antes de mais nada o equilíbrio e a responsabilidade. Não existem portanto condições plausíveis de inserir em uma corrente uma pessoa que esteja em franco processo de desequilíbrio psíquico imaginando que ela terá uma modificação instantânea de sua conduta a fim de garantir um trabalho efetivo e assíduo junto a corrente que lhe garanta um processo gradativo de reequilíbrio. Pelo contrário, este irmão certamente servirá de elo fraco e porta de entrada para a ação das organizações trevosas que anseiam por desarticular qualquer local que trabalhe para levar o Evangelho de Jesus aos encarnados. Isto não significa que aqueles irmãos que apesar de fazerem uso de medicamentos com indicação terapêutica acertada e que estejam com seus sintomas equilibrados deverão ter vetado o seu ingresso a uma corrente mediúnica. Esta avaliação criteriosa dependerá de uma cobertura espiritual efetiva e da dirigência astral desta casa que saberá julgar o momento evolutivo e a possibilidade de resgate psíquico pleno deste candidato a médium trabalhador.
 
É absolutamente necessário que tenhamos compreensão de que tanto um dirigente encarnado quanto o dirigente astral de uma casa espiritualista devem ter sempre o foco voltado para o benefício da coletividade em detrimento de individualidades pois julgamentos equivocados podem comprometer trabalhos espirituais que abrangem um número expressivo de irmãos encarnados e desencarnados. Outro aspecto a ser analisado e de importância fundamental é a trajetória cármica definida para estes irmãos vítimas de problemas psiquiátricos pois da mesma forma que em tantas outras doenças estas patologias também tem finalidades de resgate e expiação para estes espíritos que necessitam vivenciar estas experiências.
 
Prova de que irmãos em desequilíbrio acabam naturalmente se desligando de uma corrente mediúnica em uma espécie de “seleção natural” é um estudo realizado em 2001 que verificou a saúde mental de 115 médiuns de 9 casas espíritas de São Paulo e concluiu que este grupo de médiuns apresentou : baixa prevalência de distúrbios psiquiátricos, bom ajustamento social, alta escolaridade e baixo índice de desemprego. Este estudo também evidenciou que a maioria destes médiuns teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância e estas na fase adulta se caracterizaram por vivências de influência ou alucinatórias e que não necessariamente se enquadram e implicam em diagnósticos de esquizofrenia por exemplo.
 
Existem alguns sintomas  mais comuns que indicam uma mediunidade em desarmonia que são: sensação de peso na cabeça , nuca e ombros; nervosismo acentuado (irritação por motivos banais); insônia; calafrios e arrepios constantes no corpo todo ou em partes dele; cansaço generalizado; calor (como se encostasse em algo quente); falta de ânimo para o trabalho; alternância extrema de humor com tristeza profunda e alegria sem razão aparente (muito parecido com os sintomas de distúrbio bipolar).
 
 Infelizmente o avanço da ciência no campo da espiritualidade ainda é muito lento e poucos profissionais da área médica psiquiátrica atualmente se preocupam ou tem condições de fazerem um diagnóstico diferencial entre distúrbios psiquiátricos e sintomas mediúnicos. Ronald Lang, psiquiatra inglês afirmou que: “os místicos e os esquizofrênicos encontram-se no mesmo oceano, enquanto os místicos nadam os esquizofrênicos se afogam”.
 


Adriano - Haroldo Müller Um grande amigo me enviou!!!!!

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