segunda-feira, 16 de julho de 2012

PROJEÇÃO ASTRAL E BILOCAÇÃO

 

Lobsang Rampa apresenta, em um de seus vários livros, um exercício simples para quem tem interesse em práticas projetivas. O exercício é mais ou menos assim: onde VOCÊ ESTÁ? Agora, neste momento, onde você está? Observe a sua mão. Onde você está agora? Observe o seu dedo e cada um de seus detalhes. Onde você está agora? Concentre sua atenção em seu dedão do pé. E agora, onde VOCÊ ESTÁ?
 A prática pode parecer espúria à primeira vista, mas se considerarmos alguns conhecimentos apregoados por Rampa a coisa começa a fazer sentido. Lobsang Rampa dizia que nós não somos nosso corpo físico, e que além do corpo físico existe algo mais, que é nosso verdadeiro centro onde se encontra nossa consciência e nosso verdadeiro “eu”. Este centro é não-material, ou seja, feito de uma matéria diferente da matéria ordinária estudada pelos físicos, podendo inclusive através os corpos físicos e ter livre transito pelo mundo material, atravessando com facilidade portas, janelas e paredes. Este centro também pode ser deslocado com facilidade, com nossa força de vontade e intenção. Assim, “onde nós estamos” é onde nosso “foco de atenção está”.
 Lobsang Rampa é uma figura polêmica e fonte de muitas críticas e debates, lá pela década de 1960. Polêmicas a parte, porém, Rampa foi uma das pessoas que desbravaram a área de estudos psíquicos, ventilando ao público em geral temas como projeção astral, telepatia, clarividência, dentro outros, que até então eram restritos a iniciados, e/ou tidos como bobagem, como magia ou esoterismo, e até como tabu. Muitos argumentavam que Rampa não passava de um charlatão. Seja como for, os livros deste autor me ajudaram muito a conhecer o universo das capacidades, ainda, vistas como paranormais. Feita a ressalva continuemos o tema.
 Seguindo o princípio de projeção de Rampa, fica claro que é fácil nos deslocar-mos de um local para outro, bastando para isso concentrar nossa atenção e vontade, sendo que o verdadeiro local onde nós estamos é onde está nosso foco de atenção. Isto caracteriza o que poderíamos chamar de “bilocação projetiva”, ou seja, nosso corpo físico está em um lugar e, ao mesmo tempo, nosso “centro”, ou nosso “eu verdadeiro”, está em outro lugar. Coisa semelhante é dita por Samael Aun Weor, fundados do gnosticismo. Samael afirmava poder deslocar-se livremente, não só por projeção mas inclusive fisicamente, de um local a outro, seja nos planos físicos comumente conhecidos ou em planos astrais desconhecidos pela ciência oficial.
 A bilocação projetiva é passível de ser realizada com técnicas apropriadas de relaxamento e concentração, ou práticas de meditação profunda. Sua eficácia, do ponto de vista do experimentador, é tanto maior quando for maior a concentração no objetivo alvo e ao “desligamento” das sensações provenientes dos nossos órgãos dos sentidos físicos (audição, visão, olfato, tato, paladar e sensações sinestésicas – sensações interiores como movimentos do estômago e movimentos involuntários de músculos). A priori, o simples fato de se imaginar, com concentração e vontade, em um determinado lugar, já nos coloca lá, posicionando nosso “centro” naquela posição do espaço-tempo.
 Em uma situação assim, nosso corpo físico está, na verdade, sendo telecomandado, já que nosso centro de consciência está longe. As atuais técnicas de telecomando remoto de robôs nos dão uma idéia de como isso funciona, permitindo que um braço robótico no Brasil seja comandado por um experimentador localizado no Japão, através de informações transportadas pelas redes de telecomunicação. Se nos parece ainda que estamos “aqui”, “dentro” do corpo físico, isto se deve ao fato de que ainda estamos sintonizados e “conectados” com os sentidos de percepção presentes no corpo físico. Se nos desligarmos desses sentidos de percepção ocorrerá uma imersão na bilocação projetiva, onde o que vivemos no local onde está nosso foco de atenção passa a ser nossa realidade presencial, enquanto o corpo físico fica em situação de espera (standby), ou letargia. Quando nosso foco de atenção retorna ao local onde se encontra o corpo físico, ou se nos re-conectamos com as sensações dos sentidos, o corpo físico é reanimado.
 Ao longo da história há relatos de pessoas que realizavam a bilocação, por vontade própria ou involuntariamente, de forma projetiva (em matéria sutil) ou mesmo fisicamente, materializando um corpo físico perfeitamente palpável ao toque. Aksakof, em seu livro “Animismo e Espiritismo”, narra o caso ocorrido em 1845, em uma escola para moças.
 Segundo o autor, havia lá uma professora que possuía a capacidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Alunas diferentes afirmaram tê-la vista, uma no jardim, e outra na biblioteca, ao mesmo tempo, o que é obviamente impossível pelas leis comuns da física. Em certo momento as alunas observaram, assustadas, em plena sala de aula, duas professoras, uma ao lado da outra, idênticas e fazendo os mesmos movimentos. Como essas situações inexplicáveis e inusitadas repetiam-se com certa regularidade a direção da escola viu-se obrigada a dispensar a professora.
 Normalmente a bilocação se dá com médiuns e pessoas particularmente dotadas, voluntariamente ou não, bem como com pessoas praticantes de meditação como os iogues da índia. No seio da igreja católica, encontram-se também relatos de casos de bilocação acontecidos com alguns santos ou figuras proeminentes da igreja, como Santo Afonso Maria de Liguori (1696-1787),Antônio de Pádua (1195-1231), Francisco Xavier (1560-1663) e Maria de Jesus Agreda(1603-1665). Um dos casos mais impressionantes foi o de Francisco Xavier, ocorrido em 1571, onde o santo foi visto em dois barcos ao mesmo tempo, durante uma tempestade. Em um dos barcos, o santo encontrava-se orando pela segurança de marujos que estavam em outra embarcação menor, um bote ou canoa. No bote os marujos relataram que o próprio santo esteve com eles, manobrando ele próprio o pequeno barco para que não afundasse diante da violência da tempestade.
 Caso semelhante ocorreu com Santo Antonio de Pádua, onde relata-se que esteve presente, ao mesmo tempo, na igreja da cidade de São Pedro dos Quatro Caminhos, em Limoges, onde pregava à multidão, e no convento dos frades de Montpellier, onde participava do coral. Em outro caso espantoso o santo desloca-se de sua cidade de Pádua, na Itália, até Lisboa, Portugal, a fim de testemunhar a favor de familiares em um tribunal.
 Casos de bilocação projetiva são relativamente fáceis de empreender. Bastam treino e vontade concentrada para serem realizados. Já para o que poderíamos chamar de “bilocação real”, onde no local de foco a presença física da pessoa é constatada por testemunhas, como palpável e concreta, é preciso considerar alguns ensinamentos passados por Allan Kardec, fundador do espiritismo kardecista. Segundo Kardec, paralelamente ao corpo físico há um corpo constituído de matéria sutil, o perispírito. Este corpo sutil normalmente é diáfano, pode atravessar a matéria comum, e é invisível aos olhos humanos. Porém, em situações especiais e dadas certas circunstâncias, é possível que o perispírito reúna em torno de si, certa quantidade de matéria, através de um processo ainda desconhecido pela ciência, de forma a tornar-se, temporariamente sólido e palpável. Após o deslocamento do foco de atenção para o ponto de origem, o corpo físico natural, a matéria agregada é liberada e o corpo bilocado dissolve-se.

[*] Este fenômeno é conhecido pelos espíritas como materialização. Durante os anos iniciais do espiritismo kardecista, enquanto Kardec ainda compilava informações que posteriormente dariam origem ao seu famoso “Livro dos espíritos”, foram realizadas diversas seções com médiuns a fim de coletar dados sobre os efeitos físicos provocados por espíritos (seres sem corpo físico) ou por médiuns de efeito físico. Os fenômenos de materialização são um assunto polêmico até os dias atuais, pois ainda não encontrou-se um explicação plenamente aceita pelos pesquisadores do assunto, sejam espíritas ou parapsicólogos, e ainda menos pela ciência oficial.
 De uma forma geral aceita-se que o fenômeno ocorre mediante a utilização de uma matéria sutil, denominada ectoplasma, que provém do médium ou de pessoas à sua volta, e é trabalhado (moldado) pelo próprio médium ou pela entidade (espírito) presente no local. Reconhece-se que, sem a presença de um médium habilitado, em um trabalho, não é possível realizar materializações ou quaisquer efeitos físicos. Também, não é qualquer médium que possui esta capacidade. Dentre o universo de médiuns e pessoas dotadas com características mediúnicas ou paranormais, encontram-se pessoas com afinidades diversas. Algumas têm tendências para clarividência (ver entidades não encarnadas). Outras têm tendências para clariaudiência (ouvir vozes). Outras têm mais desenvolvidas suas capacidades de premonição, etc.
 Como são poucos os médiuns que têm características tais que lhes permitam atuar em fenômenos físicos, percebe-se que é bastante difícil o estudo do fenômeno, principalmente considerando-se que mesmo médiuns habilitados nem sempre conseguem, a qualquer tempo ou lugar, prover manifestações físicas. Há ainda fatores desconhecidos que atuam neste fenômeno. Diante da raridade de médiuns capazes de prover manifestações físicas, portanto, não surpreende que fenômenos de bilocação real (física) sejam particularmente raras.

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