sexta-feira, 7 de outubro de 2011





Reclamas o peso do fardo moral sobre os teus ombros frágeis, olvidando-te de que Deus não sobrecarrega a ninguém em demasia. Sempre confere os sofrimentos necessários de acordo com as resistências de que cada qual dispõe.
Identificas dificuldades onde se manifestam oportunidades de crescimento interior, porque te encontras fatigado pelos testemunhos constantes, esquecendo-te de que a árvore cresce silenciosamente embora tombe com grande ruído.
Acreditas-te vítima de ocorrências desgastantes e contínuas, quando, em realidade, representam condições para o teu avanço espiritual, desde que te candidataste ao empreendimento iluminativo.
Certamente, permanecer fiel ao dever, quando outros o abandonam, ou manter-se confiante nos momentos em que as circunstâncias apresentam-se menos favoráveis, constituem um esforço muito significativo. Entretanto, mede-se o caráter de uma pessoa pelos valores dignificantes que o exornam.
O indivíduo comum, que prefere avançar perdido na massa, na futilidade, desempenhando o papel do imediatista e aproveitador, não enfrenta esse tipo de desafios, nada obstante, experimenta outros conflitos perturbadores, porque ninguém se encontra na Terra em caráter de exceção, como quem realiza uma agradável jornada ao país da fantasia.
Aquele que se ilude com a existência terrena igualmente desperta, cedo ou tarde, sendo convocado aos enfrentamentos do processo da evolução.
Desse modo, acumula experiências libertadoras através dos aparentes insucessos e dos contínuos tributos de luta e de compreensão à existência corporal.
Para onde olhes defrontarás intérminas batalhas pela sobrevivência, pela afirmação dos valores mais nobres, mesmo que nas rudes refregas do instinto em crescimento para a razão.
Nos reinos vegetal e animal, o predador está sempre seguindo sua vítima, que adquire mecanismos de salvação, adaptando-se ao meio ambiente, mudando de forma, ocultando-se.
Embora a vitória da herança atávica para a preservação da vida, sucumbem ante o ser humano, cuja inteligência é aplicada à conquista de instrumentos que lhes superam as habilidades, vencendo-os de contínuo.
Apesar disso, aqueles que sobrevivem mantêm prodigiosamente o milagre da vida em operosidade.
O vendaval ameaça a árvore altaneira, que se dobra para deixá-lo passar, ou sofre-lhe o açoite destruidor, reerguendo-se depois e prosseguindo vitoriosa no mister que lhe foi estabelecido.
O barro submete-se ao oleiro, aceita o aquecimento exagerado e mantém a forma que lhe foi conferida.
O solo é sulcado e sacudido de todos os lados, a fim de proporcionar a germinação das sementes.
Os metais derretem-se, de modo a receberem novas expressões que darão beleza ao mundo.
Tudo é renovação contínua, que decorre dos impositivos da evolução

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